Sabella irá comandar Argentina em cenário de sucesso anterior
Os paralelos entre Alejandro Sabella e o homem que ele espera copiar, o técnico Carlos Bilardo, campeão da Copa do Mundo de 1986 com a seleção argentina, são suficientes para convencer alguns torcedores de que o momento é promissor para a Argentina vencer seu terceiro mundial.
O ponto em comum é o Estudiantes, o pequeno clube de La Plata que conquistou a Copa Libertadores quatro vezes, três vezes com Bilardo brilhando em campo nos anos 1960 e uma com Sabella no comando em 2009.
Quando Bilardo jogava, o Estudiantes disputou três Mundiais de clubes e venceu em 1968, feito que também realizou com Sabella como técnico em 2009, quando perdeu a final para o Barcelona.
A dupla ainda trabalhou junta no início dos anos 1980. Recém-chegado do time inglês Sheffield United, onde ainda é reverenciado pelos torcedores, Sabella jogou sob a batuta de Bilardo no Estudiantes em um meio-campo criativo que rendeu dois títulos da liga ao clube.
Não foi surpresa Sabella, de 59 anos, ter escolhido Belo Horizonte como cocentração da Argentina para a Copa deste ano – é a cidade de sua maior conquista como treinador, quando o Estudiantes conquistou a Libertadores de 2009 com Juan Sebastián Verón como capitão.
Em 1983 Bilardo escolheu Diego Maradona para capitanear a Argentina, e três anos depois arrebatou o segundo título mundial de seu país no México. Sabella deu a braçadeira a Lionel Messi assim que assumiu em 2011.
Sabella tem experiência na Copa do Mundo. Em 1998 ele atuou como assistente do técnico Daniel Passarella na França, e muitos suspeitam que ele pode ter sido a mente tática por trás da equipe que chegou às quartas de final.
A escola de técnicos do Estudiantes privilegia o pragmatismo ao invés do espetáculo, mas o paradoxo é que Sabella tem uma seleção repleta de talentos no ataque e uma defesa frequentemente criticada que ele admite precisar melhorar para dar mais equilíbrio ao time.
“Meu trabalho é disfarçar o desequilíbrio da melhor maneira possível. Às vezes conseguimos, e em outras foi mais difícil”, disse ele aos repórteres em sua volta à Buenos Aires após o empate sem gols com a Romênia em um aquecimento para a Copa no dia 5 de março em Bucareste.
“A Argentina tem uma linha de frente de meter medo. A questão é (como os adversários) ocupam espaços. Dessa forma eles conseguem nos prejudicar e se defender. É uma questão mental, física e técnica. A Alemanha faz isso bem… eles conseguem fazer essas duas coisas que atrapalham, e quando perdem a bola se reorganizam rápido”.