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Trabalhadores da Cultura impulsionam a economia criativa

Em maio, duas datas celebram setor que emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas

08/05/2024 09h32 - Atualizado há 2 semanas Publicado por: Redação
Trabalhadores da Cultura impulsionam a economia criativa Foto: Acervo Pessoal/MinC

Você sabia que o pipoqueiro é um trabalhador da cultura? No setor, há uma lista de profissionais cujo trabalho é fundamental para a criação e a experiência artística e cultural – algumas não tão óbvias assim. Exemplos disso são as baianas do acarajé, os iluminadores, as costureiras e até arquivistas.

No Brasil, o dia 4 de maio ganhou um significado especial no ano passado, com a criação do Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Cultura (Lei 14.618/23). A data foi escolhida em homenagem ao compositor e artista Aldir Blanc e ao ator e comediante Paulo Gustavo, vítimas da Covid-19 – exemplos incansáveis do trabalho pelo setor cultural e que, hoje, nomeiam duas das mais importantes leis e políticas do Ministério da Cultura (MinC).

Outra importante data instituída pela Lei 14.517/23 é o Dia Nacional dos Trabalhadores em Entidades Culturais, Recreativas e Conexas, comemorado na segunda segunda-feira do mês de maio de cada ano.

Essas datas representam, não apenas momentos de celebração, mas também de reflexão sobre a importância e o reconhecimento de profissionais que muitas vezes não são associados ao fazer cultural ou às profissões tidas como formais. A explicação é de Deryk Santana, diretor de Políticas para os Trabalhadores da Cultura do Ministério da Cultura (MinC).

“Durante a pandemia, as pessoas começaram a perceber que a arte e a cultura eram importantes no dia a dia delas. E a sanção dessas datas nos ajudam a dar um novo passo, que é mostrar à sociedade que o escritor, o produtor, o dançarino, o pipoqueiro são trabalhadores e não fazem aquilo só porque gostam. Esses trabalhos são as profissões dessas pessoas. É fundamental que a sociedade valorize não apenas os artistas de destaque, mas também aqueles que tornam possível a realização de suas obras, da cultura e da arte”, declarou.

Dados divulgados pelo Itaú Cultural em 2023 mostram que a Economia da Cultura e das Indústrias Criativas é responsável por 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas nas mais de 130 mil empresas formalizadas. O Mercado das Indústrias Criativas, que teve sua última edição realizada no ano passado, em Belém, é parte central da política pública do MinC e um catalisador da circulação de bens e serviços culturais.

Conforme explica a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a cultura traz conhecimento, capacidade crítica e felicidade, mas também gera emprego e renda, sendo um importante elemento econômico para o país.

“É fundamental entender que a cultura vai muito além do entretenimento; ela é um pilar essencial para o desenvolvimento de uma sociedade. Por meio dela, adquirimos conhecimento e desenvolvemos nossa capacidade. Além disso, a cultura é uma poderosa geradora de emprego e renda, sendo imprescindível para impulsionar a economia e promover o desenvolvimento do nosso país.”

De geração para geração

Responsáveis por uma das mais conhecidas tradições dos cinemas, teatros, circos e eventos culturais, os pipoqueiros oferecem mais do que um petisco, eles também contribuem para a atmosfera única desses espaços.

“Já estou na terceira geração de pipoqueiro da família. Meu avô foi pipoqueiro, minha mãe seguiu a profissão e agora eu assumi. Todos nós conseguimos tirar o nosso sustento da pipoca. Já conheci pessoas que foram clientes do meu avô, quando crianças, e, agora, são meus clientes”, relata Rafael Alencar de Miranda, pipoqueiro de Brasília (DF), que exerce a profissão há nove anos.

Rafael afirma que a rede profissional ainda é muito maior. “É um trabalho como qualquer outro e gera receita para uma grande gama de pessoas, desde o cerealista, o vendedor de embalagem, o mercado. É uma rede muito grande em que todos acabam se beneficiando dessa atividade”, afirma.

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