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Aluguel de caçambas apresenta queda de até 75% em São Carlos

15/05/2013 11h07 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Aluguel de caçambas apresenta queda de até 75% em São Carlos

Os empresários que trabalham com o aluguel de caçamba em São Carlos começaram sentir os reflexos da cobrança pelo descarte de resíduos. Em algumas empresas pesquisadas pelo Primeira Página, a queda chegou a 75%. “Apresentávamos uma média de aluguel de 40 caçambas por dia; hoje esse número não passa de 10”, lamenta o encarregado de uma empresa que aluga esse tipo de equipamento, Daniel Leonel Caurim.

Desde o dia 1º de maio, os resíduos de construção civil da cidade são descartados e remanejados pela empresa AMX Ambiental Indústria e Comércio de Reciclagem, que cobra pelo serviço. Até o último dia 12 de abril, o depósito dos resíduos era feito na entulheira localizada no Sítio dos Cocais, ao lado do bairro Cidade Aracy, fechada por ordem da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

A empresa em que trabalha alugava a caçamba de 5 m³ a R$ 90,00. Atualmente, o preço está em R$ 200 – apenas para resíduos sólidos, o que representa um aumento de 122%. “Foi um choque grande para a nossa empresa. Esperamos que haja uma recuperação do mercado nos próximos meses, afinal a construção não para de crescer”, argumenta.

A comerciante Rosilene Simão alega que a empresa dela sofreu uma queda de movimento que gira em torno de 40% a 50%. O aluguel da caçamba apresentou elevação de 111%, passando de R$ 90 para R$ 190. “A população vai ter que acostumar. Não tem jeito. Outras cidades da região já cobram pelo serviço. Nós apostamos que essa questão da queda no aluguel seja apenas um período de adaptação do consumidor”, descreve.

O temor da empresária é quanto à geração de empregos. Ela tem cinco funcionários empregados e não quer chegar ao ponto de demitir alguém. “Afinal, são cinco famílias que a gente proporciona um sustento por meio do emprego”, afirma.

 

OUTROS RESÍDUOS – Uma outra empresa consultada pela reportagem mostra que o valor do aluguel da caçamba pode chegar a R$ 800, se houver o depósito de gesso. É que cada metro cúbico do material tem um custo para o descarte de R$ 100. A empresa alega que tinha muitos clientes que atuam na jardinagem e que hoje optaram pelo trabalho de carroceiros. A massa verde, como denomina os caçambeiros os galhos de árvore e os restos de grama, tem um custo de R$ 300 a caçamba de 5m³ para o descarte. A empresa notou uma queda de 40% a 50% no movimento.

“De 96 caçambas da empresa, 35 estão paradas. Trabalhava com três caminhões e hoje coloquei um deles à venda”, relata o empresário Eduardo Araújo. Ele comenta que São Carlos tem 17 empresas do gênero e três delas já pensam em fechar. Araújo espera que a Prefeitura não feche o canal de diálogo para tentar encontrar soluções para o problema. “Temos a esperança de criar uma cooperativa de caçambeiros para que possamos administrar um local de descarte e, assim, reduzir custos. Ou que surjam novas empresas de descarte, pois com a concorrência podem sofrer queda para o empresário e para o consumidor”.

Quem trabalha com a construção civil tem uma recomendação diferenciada dos clientes. O pedreiro Edinício França Barbosa já ouviu o recado do patrão. “Como o aluguel da caçamba ficou caro, o cliente pede para utilizarmos todos os espaços”, afirma.

A Prefeitura de São Carlos informou, via assessoria de imprensa, que o município busca a autorização junto à Cetesb de um aterro de resíduos sólidos para o depósito da produção da Prefeitura. Essa área fica nas imediações do Jardim Zavaglia. Também informou que a Coordenadoria de Meio Ambiente estuda propostas de outras empresas da iniciativa privada interessadas em trabalhar com o descarte de resíduos sólidos.

 

Professor teme descarte irregular de resíduos

O professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade de São Paulo (USP), Valdir Schalch, acredita que a Prefeitura de São Carlos deve elevar a fiscalização para evitar o descarte irregular de resíduos sólidos por conta da elevação do preço das caçambas.

Ele afirmou que uma tese de mestrado da USP, concluída há dois anos, apontava que a cidade possuía 42 pontos de descarte clandestino. “A fiscalização é fundamental porque essa cobrança diferenciada pode estimular o descarte irregular”, argumenta.

Schalch observa que estimular o descarte regular com os Ecopontos – São Carlos possui cinco unidades – e voltar à operação da Usina da Prohab, que reaproveita 20% da produção de resíduos sólidos de São Carlos, são alternativas que a Prefeitura deve manter para minimizar futuros impactos ambientais. 

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Caçambeiros 2
Caçambeiros 2
10 anos atrás

POPULAÇÂO:
Exija comprovante de destinação, senão vão pagar para descartar na AMX, mas o motorista descarta na beira do rio!

Sebastian
Sebastian
10 anos atrás

O aluguel de caçambas em S. Carlos sempre foi uma “mina de ouro” e um tremendo e absurdo CARTEL. Cheguei a ligar em todas que constavam das páginas amarelas, e todas com exceção de uma que estava começando suas atividades, pediram o MESMO PREÇO pelo aluguel. Agora vão ter que criar alternativas ou mesmo abaixar os preços, caso contrário muitas terão que fechar as portas.

Caçambeiros
Caçambeiros
10 anos atrás

A PMSC errou ao não apresentar opções, mas…
Já tava na hora desses caçambeiros tomarem um pouco de prejuízo, sujaram a cidade durante décadas, quem sabe agora não aprendem!

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