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ANS autoriza reajuste de 13,55% nos planos

28/05/2017 04h55 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
ANS autoriza reajuste de 13,55% nos planos

A Agência Nacional de Saúde (ANS) autorizou um reajuste de até 13,55% a partir deste mês de maio, em um período válido até abril de 2018. O reajuste pode aumentar ainda mais o número de cancelamentos dos planos de saúde. Em 2016, no Estado de São Paulo, mais de 630 mil pessoas abriram mão dos planos, uma queda de 3,5% em relação a 2015. No mesmo ano, nas três maiores cidades da região, São Carlos, Araraquara e Rio Claro, foram 1.647 cancelamentos. Em São Carlos, houve 495.
O aposentado José Luis Dorici, apesar de não ter optado pelo cancelamento, se viu obrigado a trocar um plano mais caro por um plano que fosse mais compatível com seu salário, que teve um reajuste de apenas 6%. José Luis, que tinha o plano apartamento, mudou para o plano coletivo, pois o reajuste feito pela sua operadora foi de 40%, um aumento abusivo, segundo o aposentado.
De acordo com José, o valor reajustado não coube no orçamento e a melhor solução foi diminuir, pois, sendo idoso, considera extremamente importante ter um plano de saúde e não pode abrir mão.  Ele finaliza dizendo que a vida dos aposentados na economia atual está muito difícil, pois muitos idosos não têm condições de manter as necessidades mais básicas e um plano de saúde caro não é acessível.
Para o economista Paulo Cereda, o reajuste autorizado pela ANS pode causar um impacto significativo na vida de quem necessita de um plano de saúde, já que muitas famílias têm dificuldades para arcar com mais essa despesa. Para Paulo, a grande necessidade de se ter um plano se dá pelo fato de que a saúde pública em São Carlos e, no País em geral, deixa a desejar. Porém, ele ressalta que a saúde privada não está muito à frente da pública, pois há muitas reclamações quanto à qualidade oferecida pelas operadoras.
Paulo faz um alerta para as pessoas que estão em busca de planos mais acessíveis, pois muitas vezes o mais barato não oferece aquilo que o cliente necessita. Prestar atenção no tempo de carência, quais exames são disponibilizados para aquele plano e se cobre internação, são alguns pontos que o contratante deve olhar antes de fazer a mudança.
Paulo finaliza apontando uma possível solução para quem está com o orçamento apertado, o Cartão de Todos.  Por meio desse cartão, a população pode ter, entre outros benefícios, serviços de saúde por um preço mais acessível.
Aumentos abusivos – Quanto aos aumentos abusivos, o advogado Gilberto Rocha Bento Júnior afirma que o reajuste anual tem por objetivo repor a inflação do período nos contratos de planos de saúde. Mas, o valor aplicado tem sido geralmente maior do que a inflação ao consumidor medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), causando ônus injusto aos consumidores.
Nos tribunais, as decisões têm proibido tais aumentos e obrigado às operadoras a usarem apenas o índice calculado pela ANS, além de determinar a devolução dos valores pagos a mais.
De acordo com Rocha, os idosos têm sido vítimas frequentes dos aumentos abusivos dos planos de saúde, em valores muito além do estipulado em contrato. Sob o “argumento” de que, com o aumento de idade, os serviços encarecem por conta dos problemas que começam a surgir.

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