8 de Maio de 2024

Dólar

Euro

Economia

Jornal Primeira Página > Notícias > Economia > BC vê pressão de curto prazo na inflação

BC vê pressão de curto prazo na inflação

06/09/2012 16h43 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
BC vê pressão de curto prazo na inflação

O Banco Central demonstrou uma maior preocupação com os preços no curto prazo por conta da alta dos produtos agrícolas e não vê mais a inflação convergindo para a meta neste ano, mostrou a ata da reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira, 21.

 

Por isso, o BC ressalta que se houver espaço para uma nova redução da taxa de juros, ela será feita com “máxima parcimônia”, indicando que o ciclo de queda taxa de juros está chegando ao fim.

“O cenário prospectivo para a inflação …embora para o curto prazo tenha sido negativamente impactado por choques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, manteve sinais favoráveis em prazos mais longos”, disse o Copom na ata da reunião de agosto, quando reduziu em 0,5 ponto percentual, para 7,5 por cento ao ano, a taxa básica de juros.

“Dessa forma, o Copom ressalta que, no cenário central com que trabalha, a inflação tende a se deslocar na direção da trajetória de metas.”

Os produtos agrícolas, que sofrem por problemas climáticos no Brasil e no exterior, foram responsáveis por metade da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, de 0,41 por cento. E contribuíram para a aceleração da inflação acumulada em 12 meses para 5,24 por cento, afastando-se ainda mais do centro da meta de 4,5 por cento.

“No fundo, o Copom não muda a avaliação do cenário internacional desinflacionário embora haja pressão de curto prazo. Mas o destaque fica para todas as projeções que estão acima da meta”, afirmou o economista-chefe da Sulamerica Investimentos, Newton Rosa.

O Copom sustentou que vai agir para evitar que as pressões de curto prazo não contaminem a inflação no horizonte mais longo. Mas a ata não deixou claro se será promovido um novo corte de juros em outubro, ou este ciclo monetário já chegou ao fim.

 

“O atual ciclo de redução dos juros pode ter chegado ao fim em agosto, ou está apenas a um corte pequeno do fim. Os próximos dados é que vão dizer” avaliou Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do banco Goldman Sachs em Nova York.

 

EXPECTATIVAS

Economistas acreditam que a ata mostra que o Copom espera uma deterioração dos preços dentro da margem de tolerância do regime de metas de inflação –mais ou menos 2 pontos percentuais– este ano e se aproximando da meta nos próximos anos.

“Esse ano fica próximo de 5 por cento, se desloca marginalmente em 2013, mas não fica no ponto central. Mas há convergência”, afirmou o economista-sênior do BES Investimento, Flávio Serrano.

O BC, no entanto, deteriorou levemente a expectativa de melhora no humor de agentes econômicos com a reversão da trajetória inflacionária. A autoridade monetária acredita agora que isso só vai melhorar nos próximos semestres. Na ata do encontro de julho, ele colocava esse fenômeno ocorrendo nos “próximos trimestres”.

O Copom reafirmou também que são favoráveis as perspectivas para a atividade econômica neste e nos próximos semestres, com alguma assimetria entre diversos setores. E citou a possibilidade de aumento dos investimentos por conta do recém-lançado programa de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança.

Para o economista do SulAmerica Investimento, a sinalização mais clara sobre a força da economia mostra que o ciclo de redução dos juros deve estar no fim.

“(A ata) deu uma sinalização de que a economia vai ganhar força e isso coloca esse ciclo de corte próximo do final e vai depender do que vai acontecer de aqui até outubro”, afirmou Rosa.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x