Brasil quer cota de US$ 1,4 bi para mexicanos
O governo brasileiro pediu que o México limite o valor das suas exportações de veículos para o Brasil para cerca de 1,4 bilhão de dólares nos próximos três anos, como parte de um conjunto de demandas para renegociar o acordo do comércio automotivo entre os dois países.
Segundo o Brasil, a quota representa o valor médio anual das exportações de automóveis do México para o Brasil nos últimos três anos, de acordo com uma carta datada de 8 de março à chanceler mexicana Patricia Espinosa e ao ministro da Economia, Bruno Ferrari, à qual a Reuters teve acesso.
O documento brasileiro afirma que os dois lados haviam chegado a um entendimento para definir os termos da revisão do acordo. O governo mexicano não estava imediatamente disponível para comentar o assunto.
Uma fonte em Brasília afirmou que o governo espera uma resposta mexicana aos termos propostos nesta sexta-feira, 9, e que as negociações podem continuar na próxima semana.
Em uma carta separada com data do dia anterior acessada pela Reuters, o México disse que estava preparado para considerar limitar suas vendas com base nas exportações do ano passado, “mais um percentual” a ser negociado.
O Brasil também pede que o México aceite que 35% das peças automotivas que usa estejam de acordo com uma fórmula de “índice de conteúdo regional” e que essa proporção deve subir para 45 por cento ao longo dos próximos quatro anos.
Nem a fórmula, nem a “região” foram definidas na carta, mas a exigência pode irritar os Estados Unidos e outros parceiros comerciais que fornecem peças e componentes para o México.
O México disse no início desta semana que ainda estava esperando por uma resposta do Brasil para reiniciar as conversas sobre a questão automotiva, que teve início em meio a um crescimento de excedente do comércio mexicano no setor automotivo com a maior economia da América Latina.
Uma demanda final apresentada por Brasília foi sobre a liberalização do comércio de veículos pesados. (com reportagem adicional de Jeferson Ribeiro em Brasília e Brian Winterem São Paulo)