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Cana representa 32,7% da matriz energética de SP

Estudo do Seade revela importância do setor sucroenergético estadual e mostra importância dos derivados da cana de açúcar

28/02/2024 23h59 - Atualizado há 5 meses Publicado por: Redação
Cana representa 32,7% da matriz energética de SP Foto: ÚNICA/Divulgação

Dados do Seade revelam que o estado de São Paulo ocupa posição de vanguarda quando o assunto é energia renovável. De acordo com o levantamento, o Estado de São Paulo dispõe de matriz energética ainda mais limpa que a média nacional.

As fontes renováveis paulistas, em 2021, responderam por 58,5%, sendo 32,7% provenientes de derivados de cana, aparecendo, na sequência, hidráulica (18,7%), lenha e carvão vegetal (3,8%) e outras renováveis (3,3%).  Já a matriz energética brasileira totalizou, no mesmo período, 44,7% de fontes renováveis procedentes de derivados da cana, responsáveis por 16,4%, vindo em seguida hidráulica (11,0%), lenha e carvão vegetal (8,7%), eólica (2,1%) e outras renováveis (8,7%).

A liderança paulista na produção nacional de cana-de-açúcar e etanol na safra 2020/2021 (54,2% e 44,4%, respectivamente) evidencia a importância que o setor sucroenergético paulista pode assumir na agenda de descarbonização em curso no país.

Com efeito, a participação da biomassa, principalmente a decorrente da produção de açúcar e etanol (bagaço, palha da cana-de-açúcar, vinhaça e torta de filtro), e os subprodutos de maior valor agregado, como etanol de segunda geração, biogás/biometano, hidrogênio verde e combustível sustentável de aviação (SAF), representam novas frentes de crescimento para o desenvolvimento do Estado de São Paulo nesse processo de transição energética pelo qual passam o Brasil e o mundo.

Eduardo Vasconcelos Romão preside a Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú (Associcana) e a Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil(ORPLANA), composta por 33 associações, de cinco estados diferentes, representando ao todo mais de 16 mil produtores de cana (80% dos produtores independentes do país) situados em 500 municípios canavieiros, e que fornecem cerca de 70 milhões de toneladas de matéria-prima.

Romão afirma que os números colocam o Brasil numa situação privilegiada na questão das energias renováveis. “No mundo a média é de 15% de energia renovável. O Brasil tem 48,5%. Isso nos dá uma vantagem competitiva perante o mundo, que, inclusive, foi apresentada na COP, no Egito, no ano passado.

“Quanto à presença dos derivados da cana na matriz energética, o etanol ajuda neste potencial. O etanol lembramos na primeira fase dos derivados da cana lembramos do etanol e do açúcar. Na segunda fase lembramos da bioeletricidade, que é a energia renovável que vem das térmicas tocadas com bagaço da cana.  Elas estão bem posicionadas no centro sul onde tem este grande consumo no período em que os reservatórios de água estão baixos. Então oferecem esta energia a todos os consumidores. A terceira fase são biogás de metano, que é uma oportunidade que temos. E as empresas que estão participando deste processo, toda a produção se coloca em outro patamar, pois é um produto renovável mais sustentável que os demais. O governo paulista tem muito interesse em participar deste processo. A quarta fase é o etanol 2G, o etanol celulose. E temos a quinta fase que é o combustível especial de aviação, que posiciona o Brasil em vantagem muito importante. Temos ainda os bioplásticos que se decompõem muito mais fácil, a amônia verde e o hidrogênio verde

O economista Paulo Cereda ressalta que o uso de energia limpa (tanto no processo produtivo quando no consumo) faz parte da equação complexa da sustentabilidade, da qual depende diretamente a qualidade e a sobrevivência humana neste planeta.

“A energia tem impacto direto em todas as atividades humanas, desde a produção de alimentos, produção de bens de consumo, bens duráveis indo muito além do conforto da habitação humana”, explica ele.

Segundo Cereda, a biomassa é uma alternativa muito interessante para redução de carbono, mas tem seus desafios também, principalmente se olharmos a cadeia produtiva toda, onde ainda encontraremos combustíveis fósseis.

“O mais importante, na minha opinião, ao olhar os dados e a reportagem é o fato de hoje falarmos em oportunidades de geração de riqueza a partir do foco na sustentabilidade. Isso aponta que esses assuntos não são excludentes e que há esperança na construção de uma sociedade mais justa, inteligente e por fim sustentável”, conclui o economista.

São Carlos

Embora o Município não abrigue nenhuma indústria sucroalcooleira, a cana representa de longe a maior produção agrícola de São Carlos. Do total das culturas produzidas no Município, a cana responde por 70,2%, bem à frente da laranja, que tem 7% da produção.

São Carlos abriga inúmeros empresários que fornecem cana ou arrendam terras para as usinas da região, como Usina da Serra (Ibaté), Ipiranga (Descalvado), Santa Rita (Santa Rita do Passa Quatro), Zanin, Maringá e Raizen Energia (Araraquara) e Ferrari (Porto Ferreira), entre outras.

Na sequência da produção agropecuária vem ovos de galinha (5,1%), soja em grãos (4,5%), milho em grãos (3,5%), café (3,2%), leite (2,5%) e goiaba (2,1%). No PIB Municipal, a agropecuária representa apenas 1,38%, gerando anualmente, segundo o SEADE (2020), R$ 167.433.091,00.

VTI da agroindústria paulista

A relevância do setor sucroalcooleiro para a economia paulista é reforçada pela sua liderança na produção de açúcar, com participação em 2021 de 20,5% no Valor de Transformação Industrial (VTI) da agroindústria paulista, acrescida de 8,8% da produção de biocombustível (praticamente etanol).

Em um momento de transição energética, o avanço na exploração de subprodutos de maior valor agregado, já em curso na cadeia paulista do setor sucroalcooleiro, se apresenta, certamente, como peça-chave para a expansão de novos eixos de desenvolvimento sustentável no Estado de São Paulo.

Já a participação no total do VTI paulista em 2021, nos itens açúcar e biocombustível (praticamente etanol), foi de 5,0% e 2,1%, respectivamente.

Confira os dados completos do estudo em:

https://informa.seade.gov.br/o-setor-sucroalcooleiro-paulista-e-a-transicao-energetica/

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