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Carne em São Carlos chega a ter aumento de 80%

29/01/2015 00h04 - Atualizado há 9 anos Publicado por: Redação
Carne em São Carlos chega a ter aumento de 80%

Nesta semana, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) publicou dados mostrando que o preço da carne bovina subiu 22% na variação acumulada em 12 meses até dezembro do Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS). Segundo a Federação, a crise hídrica promoveu estiagem, o que prejudicou os pastos, a engorda e, consequentemente, afetou os preços. 

A reportagem do Primeira Página percorreu quatro casas de carne na tarde de ontem e, entrevistando consumidores e trabalhadores dos estabelecimentos, comprovou que, de fato, o preço da carne tem aumentado. 

Claudivan Lopes Ferreira, 26, que trabalha com segurança patrimonial, disse que tem sentido aumento de preço da ponta de peito e no acém: “Carnes que usamos no dia a dia. Há alguns dias essas carnes estavam custando até R$ 8,99. Agora, está R$ 11,50, quando está em preço promocional. Agora, para fazer um churrasco, usando carnes mais nobres, uma fraldinha, por exemplo, sai R$ 22,90 o quilo, quando estava saindo por R$ 17,90, no mínimo”. 

Ferreira afirma ainda que o preço de tudo subiu, e acredita que isso repercute: “E é independente do lugar: casa de carne, supermercado, o preço vai estar igual”.

Dona Evanir Machado de Oliveira, 76, também percebe aumento nos preço da carne, e não apenas na bovina: “Semana passada eu comprei pernil por R$ 7; hoje está R$ 8,90. Aumentou tudo, todo dia a gente percebe”. 

Um encarregado de carne de um açougue, que não quis se identificar, explica que o aumento dos preços foi geral, em todas as carnes: “Mas a carne vermelha aumentou mais. A alcatra, por exemplo, que custava R$ 15,90, agora está R$22. Mas é sempre relativo: aumenta uma as outras acompanham”, afirma. 

Um proprietário de uma casa de carnes explica que tradicionalmente no fim de ano os cortes nobres da carne bovina sofrem um aumento em razão do aumento da procura: “No entanto, no começo de janeiro, em geral, o preço se regulariza. Mas esse ano, por conta da escassez, da seca prolongada, a oferta de boi ainda é pequena”. 

Segundo ele, a carne vermelha é o grande problema, tendo um aumento de até 20%, desde outubro. 

Dona Regina de Castro, 60, explica que, embora quem costuma fazer compras de carne é o marido, ela escuta ele reclamar do aumento de preços: “Semana passada ele comprou um quilo de uma carne, pagou R$ 29, e achou muito caro. A carne do pernil por exemplo, que pagávamos R$ 5, hoje está quase R$ 9”. 

Questionada sobre como eles enfrentam esse aumento, ela brinca: “Costumo dizer que em casa tenho uma família de leão, então não dá pra não comprar, ficar sem não dá”.  

EM ALTA – O proprietário de outra casa de carnes afirma que, embora tenha havido aumento, na sua opinião, o final de ano e a escassez não explicam toda a situação: “No meu ponto de vista, o que explica isso é o mercado externo: a exportação está em alta, e como lá fora o preço é melhor, eles preferem vender para fora. É o que aconteceu com a carne suína [um tempo atrás]. Tenho informações de frigoríficos de que 75% do que eles vendem é para o mercado externo. É melhor vender em euro do que em reais”.  

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada -ESALQ/USP), no dia 27 de janeiro de 2014 à vista sem Funrural (fundo de assistência ao trabalhador rural) era de R$ 114,15; com o Funrural era de R$ 116,84. Exatamente um ano depois, em 27 de janeiro de 2015, esses preços eram respectivamente R$142,53 e R$145,89.

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