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Cartão de crédito é o vilão das dívidas do consumidor

10/07/2013 21h50 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Cartão de crédito é o vilão das dívidas do consumidor

O cartão de crédito é apontado como um dos principais tipos de dívida por 76,2% das famílias endividadas, mostra estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), com base em dados de junho.

 

Em São Carlos, o Procon, órgão de defesa do consumidor vinculado à Prefeitura, registra um índice de 15% das reclamações de cartões de crédito e débito.

O defensor público Rodrigo Emiliano Ferreira acredita que o percentual de dívida, principalmente relacionada ao cartão de crédito, aumenta principalmente nas camadas sociais em que as pessoas não tinham acesso ao crédito. “As pessoas com renda menor não estavam habituadas ao crédito”, acrescenta.

O estudo constata a afirmação de Ferreira. De acordo com análise da CNC, as famílias com renda até 10 salários mínimos o cartão de crédito responde por 77,8% das dívidas.

Ele destaca que a Defensoria Pública mantém um programa de educação financeira voltado às pessoas com renda familiar de até três salários mínimos.

“Infelizmente, as pessoas não sabem trabalhar com a taxa de juros cobrada pelas operadoras dos cartões, que representa algo em torno de 5% ao mês, em média. Até pouco tempo 5% eram porcentagens ínfimas se comparados com a inflação que superava 80%. O consumidor deixa para pagar a fatura mais adiante e cai em uma armadilha. Logo após se socorre à Defensoria Pública”, observa.

Ferreira complementa que o consumidor chega à Defensoria quando está “superendividado”, quando não consegue pagar as parcelas. “É o último respiro. Em regra as reclamações são por conta dos juros altos, mas no momento em que procuram ajuda a ‘bola de neve’ é gigantesca”, afirma.

 

APOSENTADOS – O defensor público aponta para o crescimento no número de reclamações de aposentados que recebem cartões de crédito, mas não têm orientações necessárias e fazem o uso indiscriminado. “O aposentado faz saque no cartão de crédito e os juros são mais altos. Na semana passada, tivemos um caso do gênero em que uma financeira cobrava 14,5% ao mês de um aposentado que usou o cartão para saque. A pessoa paga quatro, cinco vezes o valor emprestado num período de 24 meses”, explica.

O diretor do Procon de São Carlos, Joner Nery, afirma que o consumidor deve tomar cuidado no uso de cartão para saques. “Se não pediu o cartão, não o desbloqueie. Outro detalhe importante é guardar o cartão bloqueado, pois se vier uma cobrança indevida, ele é uma prova do consumidor sobre o envio não solicitado”.

As financeiras, segundo o defensor público, são acessíveis à negociação porque entendem que a dívida do consumidor é um passivo perdido. “A maioria das financeiras são abertas à renegociação e as taxas são consideradas boas”, explica.

A dica de Ferreira é que o consumidor faça o uso consciente do cartão de crédito e tente pagar as dívidas com juros mais elevados, que são as que pesam mais no orçamento. “Em último caso, chame todos os credores para a negociação”, resume.

 

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