Comerciantes já contabilizam prejuízos sem carnaval
Com a confirmação da Prefeitura que não haverá carnaval de rua na cidade este ano, comerciantes começaram a contabilizar os prejuízos com a queda das vendas nos quatro dias de festas.
Como em todos os anos é esperado pelos ambulantes o aumento no faturamento com bebidas e refeições. No ano passado a Prefeitura de São Carlos destinou 34 vagas para os ambulantes atuarem na área dos desfiles das escolas de samba, na avenida Trabalhador São-carlense. Porém apenas 22 comerciantes se inscreveram para o evento.
Para a participação em eventos da cidade, os ambulantes são obrigados a realizar um cadastro e atender alguns requisitos de estrutura e instalação. Atualmente são 51 ambulantes cadastrados, mas para 31 faltam apresentar documentos obrigatórios para se inscrever em eventos municipais.
A ambulante Maria Aparecida Pereira de Castro, de 53 anos, e que trabalha no ramo há 30 anos, lamenta a falta de carnaval de rua, pois é sempre aguardado pelo aumento nas vendas, principalmente de bebidas. Porém lembra que no ano passado a época não rendeu bons resultados por causa da chuva que atrapalhou a ida dos foliões à avenida.
O ambulante Celso Guarnieri, de 58 anos, lembra que as melhores épocas de carnaval aconteceram entre os anos de 1978 e 1994 com as festas realizadas pela Associação Beneficente dos Alfaiates de São Carlos (Abasc). “Nesses anos os comerciantes, sim, tinham bons lucros. No carnaval passado as vendas ficaram em torno de 40%; o lucro real chegou apenas a 10%”, afirma.
A solução encontrada por Guarnieri, assim como a de outros ambulantes, será participar do carnaval na região, como as festas nas ruas de Itirapina e no Broa. “Itirapina tem um carnaval bom e é uma cidade que aceita ambulantes de fora. No Broa as vendas são boas também, porém é necessário pagar uma taxa de instalação”, explica.
LOJAS – As lojas de fantasias, acessórios e produtos para o carnaval também esperam uma queda nas vendas por falta da comemoração popular. Em média, as vendas nesta época aumentam cerca de 30%, já para este ano o prejuízo esperado é de 10% a 15%.
A vendedora Claudia Aparecida Stocco, de 40 anos, diz que as vendas são salvas pelas vendas de fantasias infantis que os pais compram para as festas de escolas.
“Mesmo sem o carnaval de rua, as fantasias e acessórios são muito procurados para crianças de até 12 anos. Os adultos que vão festejar nos clubes preferem os adereços, como perucas e chapéus”, comenta.
Se não houvesse os bailes de carnavais e matinês nos clubes da cidade, o prejuízo pode seria ainda maior.
Com baixa adesão no carnaval, muitos clubes estavam em dúvida se iriam realizar os tradicionais bailes. Mas, até o momento, três grandes confirmaram programação para dois ou quatros dias de carnaval.