Comerciantes reclamam da falta de mão de obra
Falta de mão de obra qualificada no comércio preocupa comerciantes que estão em época de contratação de novos funcionários para atender a demanda provocada pelo aumento de vendas no fim de ano.
Com a chegada do final do ano e a perspectiva do aumento de vendas de presentes e artigos natalinos, o comércio se prepara e busca novas contratações para atender melhor os consumidores que saem às compras e visando os lucros das vendas.
Mesmo oferecendo vagas temporárias, comerciantes contratam em grandes quantidades e optam por candidatos dinâmicos e com experiência em comércio. Para a seleção do empregador, o candidato passa por uma entrevista e análise de currículo para apresentar o perfil e os conhecimentos em atendimento e vendas.
De acordo com Sérgio Piovesan, da loja Hi-Fi, o problema está no perfil dos novos candidatos que não se dedicam tanto ao trabalho, além de uma boa aparência e postura profissional. “Eu tento ‘peneirar’ na malha grossa, porque se for tentar passar pela malha fina não sobra nenhuma opção. Mesmo que seja sem experiência, preciso trabalhar com empregado e o moldando ao perfil da empresa”, comenta Piovesan.
Novas empresas como Mapfre, Havan e Tenda Atacado, que chegaram à cidade recentemente, contrataram juntas mais de 1.500 funcionários. E diminuíram muito o atual número de candidatos experientes para ocupar as vagas temporárias.
Segundo o secretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda, Emerson Ferreira Domingues, muitos comerciantes perdem em contratação ao exigirem experiência de no mínimo seis meses, pois a grande maioria dos candidatos às vagas de final de ano está à procura do primeiro emprego ou na recolocação no mercado de trabalho.
“O comércio é a porta de entrada para muitos trabalhadores. Antes os comerciantes estavam acostumados a contratar parte dos candidatos com experiência e outra parte sem experiência, agora, neste ano, o cenário mudou por causa das várias contratações feitas por grandes empresas que ocorreram e ainda devem ocorrer até o final do ano, sobrando mais novatos para o preenchimento das vagas”, afirma Domingues.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc), Alfredo Maffei Netto, admite que a mão de obra qualificada está escassa e que não há interesse por parte dos candidatos em cursos profissionalizantes. Segundo ele, a Acisc promove junto a parceiros como o Senai e o Sebrae diversos cursos de qualificação para o comércio, mas com pouca adesão. E que realmente os empregadores estão a procura de candidatos com experiência, porém terão que se adaptar ao cenário atual e contratar funcionários inexperientes para a época, porém com muita força de vontade em atender as expectativas. “Sabemos que o tempo é curto para treinamentos, mas a solução para o problema pode estar nas contratações do primeiro emprego ou recolocação no mercado. Para facilitar, o empregador pode buscar referências de candidatos em bancos de currículos oferecidos por instituições de recrutamento”, destaca Maffei.
