Dólar cai a R$ 4,21 com nova intervenção do BC e melhora de dados das exportações
O dólar fechou em
queda nesta última quinta-feira, 28, interrompendo uma sequência de três altas
consecutivas e sucessivos recordes históricos. Uma intervenção do Banco Central
pela manhã e a revisão de dados pelo governo das exportações de novembro,
anunciada na tarde desta quinta, ajudaram a estimular as vendas da moeda
americana. O feriado nos Estados Unidos, porém, reduziu o volume de negócios. O
dólar à vista fechou em baixa de 1,02%, a R$ 4,2153. Com essa queda, o real foi
a moeda que teve o melhor desempenho ante o dólar em uma cesta de 34 divisas
mundiais.
A moeda americana abriu em queda, mas no patamar de R$ 4,26. Logo pela manhã, o
Banco Central fez venda de US$ 1 bilhão no mercado à vista, a quarta operação
deste tipo na semana. Com isso, o dólar aumentou o ritmo de queda, mas seguiu
no nível de R$ 4,25. A retração ganhou força pela tarde, quando começou a
disputa entre investidores pelo referencial Ptax, usado em contratos de câmbio,
que será definido nesta sexta-feira. Mas foi o anúncio pelo Ministério da
Economia da revisão de dados das exportações de novembro que fez o dólar recuar
para as mínimas do dia, a R$ 4,21.
Com a mudança, as exportações das quatro primeiras semanas deste mês passaram
de US$ 9,7 bilhões para US$ 13,5 bilhões. “A balança comercial ficou bem
mais favorável”, afirma o responsável pela área de câmbio da Terra
Investimentos, Vanei Nagen. Antes da revisão, economistas projetavam déficit
comercial para novembro, o que seria o primeiro desde fevereiro de 2015.
Mais cedo, o BC fez o quarto leilão de dólar à vista em dois dias. A diferença
do de hoje é que ele foi anunciado ontem à noite, enquanto os outros três foram
surpresa. Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o
aumento da artilharia do BC mostrou bom impacto. “Não sei se o mercado esquece
a quantidade de reservas que o BC tem, por volta dos US$ 370 bilhões, ou tem
devaneios”, comparou.
Após a disparada do dólar esta semana, o analista do banco suíço Julius Baer,
Mathieu Racheter, vê espaço mais limitado para fraqueza adicional da moeda
brasileira. Por isso, o banco elevou a recomendação do real para
“bullish”. O analista ressalta em relatório que “estruturalmente
e em termos de fundamentos”, a moeda parece atrativa nos níveis atuais. Um
dos fatores que podem ajudar a retirar a pressão do câmbio brasileiro é a
aceleração do crescimento da economia, ressalta Racheter.
Meu deus , a que ponto chegamos , comemorar miséria.