Economista critica crescimento de consumo do governo federal
Elton Casagrande critica o que ele chama de políticas contraditórias, com foco popular, e que não transformam estruturalmente o país
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A política econômica comandada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mostra, em seu primeiro ano, alguns equívocos que podem criar problemas em breve. A análise é do economista Elton Casagrande, que comanda o Departamento de Economia (DE) da ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos).
Segundo ele, o consumo do governo aumentou em 1,7%, contra o aumento de 1,6% da indústria. “O problema do crescimento da demanda do governo é que ela deve ser financiada por tributos e dívida. E ambos estão crescendo no Brasil, reduzindo a renda pessoal disponível. Sendo assim, o consumo do governo é um adversário do consumo das famílias”, destaca Casagrande.
A agropecuária cresceu 15,1% no ano de 2023, o consumo das famílias foi expandido em 3,1%; o setor de serviços cresceu 2,4%. Os investimentos, item capaz de aumentar a empregabilidade e a criação de novos negócios, foi negativo em 3%!
“Este resultado é uma demonstração das políticas contraditórias, com foco popular, e que não transformam estruturalmente o país. Demanda de curto prazo, sem investimentos produtivos positivos, não sustentam políticas econômicas vigentes”, comenta o economista.
Casagrande frisa que em 2023 ocorreu uma mudança drástica da política, e por isso, o fechamento da taxa anual era muito esperado. Segundo O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE o PIB de 2023 variou positivamente em 2,9% com relação ao ano de 2022.
“O setor da agropecuária continua definindo a perfil econômico do país, seguido pela importância do consumo das famílias, do setor de serviços, consumo do governo e da indústria. Esta última teve a menor taxa de crescimento dentre os setores produtivos e por isso representa a maior preocupação do governo federal”, comenta Casagrande.
O crescimento econômico de um país é uma matéria importante para a política nacional, de estados e municípios. O crescimento é uma evidência de que as ações políticas estão no curso correto e atendem às expectativas dos agentes econômicos.
“A medida do crescimento econômico é dada pela variação de um período para outro do Produto Interno Bruto (PIB), qual seja, o conjunto de bens e de serviços produzidos. Quando a taxa observada confirma as expectativas, os agentes econômicos entendem que seus modelos mentais de previsão estão corretos, e assim, sentem-se seguros para continuar agindo da maneira que no passado recente”, afirma ele.
Divergências entre valores esperados para o produto interno e a taxa observada obriga à ajustes quantitativos de volume de insumos, produtos, emprego de pessoas na força de trabalho.
O cálculo do Produto Interno Bruto a preços de mercado, compreende o somatório de impostos sobre produtos, valor adicionado a preços básicos, consumo pessoal, consumo do governo, formação bruta de capital fixo, variação de estoques, exportações e importações de bens e serviços.
Casagrande destaca a importância do avanço do PIB. “Para o Governo Federal, a medida de crescimento econômico é importante porque ela justifica suas políticas, permite manter a dívida pública estável em relação ao produto interno e favorece a popularidade da presidência e da sua equipe econômica”.