Economistas elevam projeção de inflação em 2014 e em 12 meses
Economistas de instituições financeiras pioraram suas expectativas para a inflação tanto em 2014 quanto nos próximos 12 meses, ao mesmo tempo em que mantiveram a perspectiva para o crescimento econômico e para a Selic, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, 6.
Os analistas consultados veem agora o IPCA encerrando 2014 a 5,76 por cento, ante 5,71 por cento. Para 2013, as contas foram mantidas em 5,71 por cento.
Para os próximos 12 meses, a projeção sobre o indicador foi elevada pela terceira vez seguida, a 5,59 por cento, ante 5,55 por cento na semana anterior.
O grupo Top 5 – instituições que mais acertam as projeções – manteve suas estimativas sobre o IPCA neste ano e em 2014 em 5,76 e 6,05 por cento, respectivamente, pela mediana e no médio prazo.
Em meio a preocupações com a inflação mas mantendo o tom de cautela, o BC elevou a Selic em abril em 0,25 ponto percentual, para 7,50 por cento, deixando claro que a atual política monetária tem como alvo principal atacar a inflação em 2014.
No Focus, os economistas mantiveram pela segunda semana seguida a perspectiva de que a Selic encerrará este ano a 8,25 por cento, nível esperado também para o final de 2014.
Eles também continuam vendo mais uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), neste mês, para 7,75 por cento.
Entre o Top 5, houve redução da projeção para a Selic no médio prazo a 8,25 por cento até o final de 2013, ante 8,38 por cento anteriormente. Para 2014, a perspectiva foi mantida em 8,25 por cento.
INDÚSTRIA ABALADA
Os economistas também mantiveram a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano em 3 por cento pela quarta semana seguida. Para 2014, também houve manutenção em 3,50 por cento pela oitava vez.
Em relação à produção industrial, a perspectiva de expansão neste ano foi reduzida a 2,39 por cento, contra 2,83 por cento na pesquisa anterior. Em março, essa atividade mostrou recuperação ao subir 0,7 por cento frente a fevereiro, mas o número veio bem abaixo do esperado pelo mercado, indicando que a recuperação da economia continuava tímida e frágil.
Para 2014, a projeção para crescimento do setor industrial caiu a 3,55 por cento, ante 3,75 por cento anteriormente.
O Focus mostrou ainda que os economistas não mudaram suas contas sobre o câmbio no final deste ano, com o dólar a 2 reais.
