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Em busca de rentabilidade, TIM elege Rodrigo Abreu

07/02/2013 20h47 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Em busca de rentabilidade, TIM elege Rodrigo Abreu

A TIM, segunda maior operadora de telefonia do Brasil, anunciou nesta quinta-feira, 7, a eleição de um experiente executivo do setor de telecomunicações e tecnologia da informação como seu novo presidente.

 

O Conselho de Administração da TIM elegeu no começo da tarde o presidente das operações brasileiras da fabricante de equipamentos de rede Cisco, Rodrigo Abreu, para ocupar o principal cargo executivo da empresa, assumindo o lugar do italiano Andrea Mangoni, em 4 de março.

Após um momento de transição no qual a segunda maior operadora de telefonia móvel do país tem perdido rentabilidade, principalmente em meio a problemas regulatórios e desaceleração na receita de serviços, a nomeação do executivo pode trazer alívio para os acionistas, avaliam especialistas.

A indicação de Abreu não veio como uma surpresa, após diversas especulações na semana por parte da imprensa. O papel da empresa fechou em queda de 1,75 por cento, a 8,42 reais, enquanto o Ibovespa caiu 0,98 por cento.

Apesar de não ter uma carreira ligada diretamente a serviços de telefonia, Abreu tem mais de 20 anos de experiência no lado dos fornecedores de tecnologia da informação e do setor de telecomunicações.

Além de atual presidente da unidade da empresa norte-americana no Brasil, ele liderou a empresa canadense de equipamentos de rede Nortel Networks no Brasil e também a antiga Promon Tecnologia – atualmente PromonLogicalis, após fusão com a britânica Logicalis em 2008.

“A TIM sofreu uma pressão muito forte em 2012 e precisa ter um interlocutor com presença mais forte no mercado brasileiro, o Andrea (Mangoni) é de fora, não era tão conhecido”, disse Eduardo Tude, presidente da consultoria especializada Teleco.

Mangoni fora apontado presidente da TIM em meados do ano passado, vindo da controladora Telecom Italia para ocupar o lugar de Luca Luciani, e anunciou sua renúncia na última terça-feira, considerando “cumprida a missão para o qual foi encarregado”.

A TIM passou por diversos reveses no ano passado após a saída de Luciani, em maio, em meio a uma investigação de autoridades italianas envolvendo chips de telefonia móvel irregulares.

Em julho, a operadora foi punida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com a suspensão de vendas de linhas móveis em 18 Estados e no Distrito Federal, por 11 dias, sob alegação de má qualidade na prestação de serviços.

Soma-se a isso a suspensão, também pela Anatel, de oferta promocional no fim do ano passado, além de acusações relacionadas à queda de chamadas e rusgas públicas com seu acionista minoritário JVCO Participações, do empresário Nelson Tanure.

“Ele (Abreu) é bem visto pelo mercado (de tecnologia), e acho que vai dar uma inserção melhor da TIM no mercado, tanto em liderança como em possibilidade de relacionamento mais amplo até com a Anatel”, afirmou Tude.

Para um analista financeiro que acompanha o setor e não quis se identificar, a eleição de Abreu é “sem dúvida” um evento positivo para a estabilidade da empresa no mercado.

“Não veio um daqueles figurões tradicionais do setor, e sim um sujeito da indústria, para tentar fazer um meio campo com o governo e a Anatel”, avaliou o analista.

 

RENTABILIDADE

A companhia tem se deparado também com uma queda em sua rentabilidade, que pôde ser vista com um crescimento modesto em sua receita líquida de serviços no quarto trimestre de 2012.

O cumprimento da meta de receita líquida para ano, de alta de 10 por cento sobre 2011, se deveu muito ao crescimento das vendas de aparelhos, que é considerada de baixa rentabilidade.

“A TIM virou o ano com uma trajetória de receita preocupante”, disse o analista que pediu para não ser identificado, ressaltando a queda anual na receita média por usuário (Arpu), indicador de rentabilidade, de 9,5 por cento no quarto trimestre sobre um ano antes.

Já Ana Rayes, da consultoria Lopes Filho, destacou que a empresa agora precisa se concentrar nos serviços móveis, e também de banda larga de alta velocidade com a TIM Fiber, que ainda não decolou.

A receita bruta dos negócios fixos da empresa, que incluem Intelig, TIM Fixo e Live TIM, caiu 24 por cento no quarto trimestre na comparação anual, a 302 milhões de reais, resultado atribuído à reestruturação da Intelig, comprada em 2009.

Para analistas, Abreu vai ajudar a mudar esse quadro. “Eles estão trazendo alguém do lado industrial, mostrando a preocupação deles com qualidade de serviços da rede”, afirmou o analista que não quis se identificar.

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