Especialista comemora resultado da safra 2023/2024
Eduardo Romão é otimista quanto ao futuro e acredita que o Brasil pode se destacar com uma agricultura tropical com alta tecnologia
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Presidente da ASSOCICANA afirma que variações climáticas, projetos internacionais e outros fatores tiveram papel decisivo nos resultados da produção agrícola deste ano
A safra atual foi altamente afetada pelas variações climáticas, que trouxeram benefícios para algumas culturas e sérios empecilhos para outras, mas com saldo positivo para a agricultura Brasileira. A análise é do presidente da ASSOCICANA (Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú), o empresário Eduardo Romão.
“A safra na região Centro-Sul registrou este ano um excedente de produção graças ao aumento de produtividade no campo, como nunca ocorreu antes. Outro fator positivo foi o volume de produção com bons preços, numa singular condição no Brasil. Toda a cadeia produtividade está aproveitando esta oportunidade”, destaca Romão.
Ele ressalta que apesar do saldo positivo, existem problemas para o setor, como os desafios climáticos, com áreas sofrendo com falta de chuva enquanto em outras têm chovido demais. “Não temos como saber como vai transcorrer o clima daqui para frente com o plantio e entrada da próxima safra. Mas os preços têm oscilado com maior intensidade, devido a fatos internacionais, como as dúvidas sobre o projeto do etanol com a mistura com gasolina na Índia. Este é um fator determinante assim como a queda do petróleo neste momento. Mas, no mais, o cenário está na positividade para o segmento sucroenergético”, destaca o especialista.
De acordo com a Conab, o clima também tem impactado a soja. O plantio da oleaginosa continua atrasado em todas as regiões produtoras, sendo que, em alguns estados, os trabalhos de implantação da cultura ficaram próximos aos da última safra, como no Paraná e em Mato Grosso. “Na soja, houve um atraso no plantio, que acabou empurrando o plantio da cana. Também é um desafio. Estão com o estoque um pouco comprometido, pois em algumas áreas choveu e outras estão sofrendo com a variação climática”.
Romão afirma que quanto a soja em área solteira – e não na renovação do canavial – pelo que se observa, houve um atraso ou algumas áreas com replantio e dificuldade de transcorrer da cultura. “Este fator pode estar apertando ou já se perdeu parte da janela de plantio de milho safrinha. Se perde a oportunidade para a produção de milho safrinha”, revela.
FUTURO
Romão é otimista quanto ao futuro e acredita que o Brasil pode se destacar com uma agricultura tropical com alta tecnologia e excelente produtividade para abastecer o mundo. “Estamos na expectativa. Vamos torcer para que tudo corra bem. Acabamos de sair da COP 28, onde o Governo Federal tem a chance de perante a sociedade brasileira de posicionar de uma forma positiva, sendo que o desafio do alimento do futuro, pois o mundo em 2050 vai bater nos 10 bilhões de habitantes. O Brasil tem condições de fornecer boa parte destes alimentos”, afirma Romão.
O agricultor destaca que o mundo inteiro observa o Brasil, que precisa aproveitar esta oportunidade. “Precisamos ter sustentabilidade, e a consolidação de uma agricultura tropical de ponta que lideramos e que a sociedade brasileira veja isso como oportunidade para todos e não apenas para os empreendedores do agronegócio”, conclui ele.