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Falta de financiamento faz venda de motos cair em 30%

31/07/2012 11h21 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Falta de financiamento faz venda de motos cair em 30%

Recentes restrições na liberação de financiamentos afetam o mercado de motocicletas novas em São Carlos com perdas de até 30% no volume de vendas, segundo gerentes administrativos das três maiores revendedoras da cidade. Segundo funcionários de lojas, com receio de inadimplência, os bancos e financeiras têm ampliado as exigências para autorizar a venda parcelada.

 

“Se o nome do interessado estiver na lista de restrição da Serasa por um motivo simples, seu cadastro é negado na hora”, diz Paulo César de Moraes da Nova Moto.  Fora a burocracia maior, lojistas criticam bancos e financeiras que cobram no mínimo 20% de entrada para modelos mais simples e até o dobro de entrada para motos de maior cilindrada. No caso de uma modelo Biz de R$ 6,6 mil, o interessado precisa dar à vista mais de R$ 1,2 mil, explica o gerente de loja.

Para o gerente da concessionária da Yamaha, Thiago Rossi, a restrição dos bancos afeta o financiamento, negócio que, pelo menos em sua loja, atinge 70% do que é vendido. “De cada dez clientes que chegam para comprar sete vão financiar o veículo e desses sete, 90% não tem entrada, querem o financiamento total. Os bancos, além de pedir a entrada, só estão liberando parcelas em até 36 meses”, explicou.

Na mesma direção, o gerente da concessionária Suzuki, Luciano Gianini, vai além ao explicar a torneira fechada do financiamento pessoal. “Não basta o nome limpo na praça, tem de ter também pelo menos seis meses de carteira registrada e muitas vezes esse tempo ainda traz empecilho”, afirmou, ao contar que a idade do cliente também é levada em conta excluindo de cara aquele consumidor que acabou de completar 18 anos.

Alternativas foram criada pelas concessionárias. Uma mais antiga, mas que tem um apelo, é o consórcio. Segundo Moraes, na rede Nova Moto, em média 600 cotas de consórcio são faturadas por mês. “Só em São Carlos pelo consórcio próprio perto de 20 motos são entregues aos clientes”, disse.

Já na Yamaha, Rossi informou que a montadora criou uma financiadora própria que, dependendo do modelo, consegue parcelar em até 48 vezes. “Mas em todos os casos é exigida uma entrada. A inadimplência tem forçado a empresa a não abrir mão desse sinal”, afirmou.

Nos casos de financiamento próprio a Yamaha coloca também uma série de restrições e só cede prazos mais longos em poucos casos. A maioria, além da entrada, o cliente tem até seis vezes para pagar.

A estratégia, explica Rossi, é levantar o maior número possível de informações do cliente e só depois repassar para o banco. “Assim, é possível evitar divergências simples, como o local de nascimento errado, que faz o cadastro ser recusado”. A burocracia, segundo lojistas, chega a afetar mais que os juros, hoje na média de 2,20% ao mês.

 

NÚMEROS – Diante da situação, em junho, as concessionárias locais venderam 627 unidades, 24% abaixo das 828 comercializadas no mesmo período de 2011. A Associação dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo) reportou queda de 13,1% nas vendas entre janeiro e maio deste ano. O principal motivo alegado é o aumento das exigências dos bancos para aprovar um financiamento.

A reportagem visitou, no total, quatro concessionárias – da Honda, da Yamaha e da Susuki. Todas admitiram queda nas vendas. Segundo os vendedores, a redução nas taxas de juros – anunciada desde abril – teria deixado os bancos mais exigentes para aprovar o crédito.

A produção de motos chegou a 967.901 unidades no período, queda de 10,3% em comparação com 1,079 milhão fabricadas entre janeiro e junho de 2011.

Em junho foram vendidas 138.835 unidades, recuo de 8,2% frente a 151.316 unidades em maio deste ano e de 13,6% ante 160.754 em junho do ano passado. De acordo com a entidade, a produção em junho atingiu 140.920 motocicletas, retração de 17,9% ante 171.739 em maio e de 13,6% sobre as 163.177 unidades de junho de 2011.

 

 

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