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Imigrante acelerara formação de sindicato de trabalhador

30/04/2013 22h47 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Imigrante acelerara formação de sindicato de trabalhador

A edição do “Correio de São Carlos” que circulou no dia 20 de janeiro de 1934 falava da greve promovida pelo Sindicato dos Ferroviários da Companhia Paulista de São Carlos, o primeiro desta classe no Brasil. O periódico também não economizava em atribuir cores ideológicas ao movimento paredista, chamando-o de anticapitalista.

 

“(..) Depredações levadas a efeito na noite de 18 para 19 de janeiro último nos km 201 e 208 das linhas telegráficas, telefônicas, do seletivo e do staff e deslocamento do poste de eletrificação.15 do km 199 da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, sendo mandante Núncio Soares da Silva e mandatários diretos Antonio Rua, Pedro Martins, Mário Costa Alves, Pedro Moreira, José Martins Jr e João Quintana”, afirmava trecho do texto jornalístico.

 

 

Os trabalhadores reivindicavam readmissão dos ferroviários exonerados posteriormente à organização do sindicato; aumento dos salários e recondução de um operário como delegado da classe junto à diretoria da estrada.

 

 

 

ITALIANOS E ANARQUISMO – A verdade é que os imigrantes italianos que chegaram aos milhares a São Carlos não trouxeram apenas a tarantela, a pizza e o macarrão. Em suas bagagens, atravessaram o mar também as idéias anarquistas e de reivindicação, já em pauta há um bom tempo na Europa. Com o avanço das fábricas e a criação de uma classe operária, cresceu também o conceito de proletariado e de reivindicação.

 

A primeira greve de que São Carlos tem notícia já havia sido deflagrada há 17 anos antes, em 1917, na Fiação e Tecidos São Carlos. Em seguida foram os motorneiros da Companhia de Bondes que cruzaram os braços no mesmo ano. Em 1919, foi a vez da Fábrica de Fiação e Tecidos Magdalena enfrentar uma paralisação de trabalhadores. Os ferroviários fizeram pelo menos três grandes greves: uma em janeiro de 1934, outra em 1937 e outra ainda em 1959.

 

 

 

SURGE O SINDICATO – O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté surgiu em 1961. No livro “Matizes de uma Luta”, o advogado José Roberto de Andrade Paino afirma que as reuniões que gestaram a entidade sindical eram feitas nos porões da Catedral com as bençãos do padre Antonio Tombolato. Em 1968, o sindicato teve seu grande embate na luta dos trabalhadores do Frigorífico São Carlos do Pinhal pelo recebimento de seus direitos. A empresa, da família Fialdini não pagava os salários de seus 460 funcionário havia meses. Uma passeata foi reprimida pela Ditadura Militar e São Carlos foi cercada pelas forças armadas, sendo que vários líderes do movimento foram presos. 

 

Em

1995, a

Companhia Brasileira de Tratores (CBT), do empresário Mário Pereira Lopes, faliu e não pagou os funcionários. Eles se organizaram em uma cooperativa que conseguiu, através da Justiça, a adjudicação de alguns dos bens da empresa para receber parte de seus direitos trabalhistas.

 

Mas a história sindical de São Carlos também guarda um crime brutal e covarde e um mistério para Sherlock Holmes desvendar: afinal, quem, no dia 12 de junho de 1994, matou os diretores  do Sindicato dos Trabalhadores da UFSCar, José Luís Sundermann e Rosa Sundermann?

 

 

 

Senhores! ao encerrar esta sessão, declaro-me feliz pelos seus resultados e agradeço, também em nome de meus companheiros de lutas, a honrosa visita do sr. Ministro do Trabalho”.

 

 

 

Núncio Soares da Silva, presidente do Sindicato dos Ferroviários da Cia. Paulista, ao ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, Salgado Filho, no dia 8 de julho de 1932, à véspera da eclosão do Movimento Constitucionalista.

 

 

 

Você Sabia?

 

Que, pelo decreto nº 8.999, de 12 de outubro de 1937, do dr. Agamenon Magalhães, Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, foram reconhecidos cinco novos sindicatos nesta cidade: o Sindicato dos Operários Metalúrgicos de São Carlos, Sindicato dos Operários da Fiação e Tecelagem de S. Carlos, Sindicato dos Operários na Indústria de Madeira e Similares de S. Carlos, Sindicato dos Empregados em Tração, Luz e Força de S. Carlos e Sindicato dos Operários em Fabricação de Cola e Adubos de S. Carlos.

 

 

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