Juiz dos EUA nega fiança a ex-Braskem
O juiz Steven M.
Gold, da Corte Distrital Leste de Nova York, negou o pedido de liberdade ao
executivo José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem. Grubisich, que havia
sido preso no último dia 20, ao chegar ao Aeroporto JFK para passar férias com
a esposa, ofereceu-se a pagar uma fiança de US$ 5 bilhões para responder
processo sobre corrupção e lavagem de dinheiro em liberdade.
O executivo é acusado pelo Departamento de
Justiça (DoJ) americano de ter feito pagamentos ilegais, de 2002 a 2014,
envolvendo de forma parcial a Odebrecht, e que faziam parte de um esquema de
falsificação de documentos, liberação de dinheiro para subornos e lavagem de
dinheiro.
“Com base no patrimônio do senhor
Grubisich, próximo a US$ 65 milhões, a quantia oferecida na fiança é inadequada
e precisa ser elevada”, destacou o juiz Gold. “Não consigo imaginar o
que são US$ 65 milhões em bens.” O magistrado também ponderou que, caso
seja oferecido um valor maior para a fiança, o documento precisará ser
garantido por pessoas residentes nos EUA.
A defesa de Grubisich, representada pelo
advogado Edward Kim, conversará com a família do ex-executivo da Braskem para
tratar do novo valor da fiança, e não há data quando apresentará a nova proposta
à corte. O ex-presidente da Braskem continuará preso enquanto sua nova proposta
de liberdade em fiança não for julgada.
No tribunal, Kim apontou que Grubisich merecia a
liberdade em fiança, pois não apresentava risco de fugir dos EUA. “Ele fez
11 viagens a este país e tem vínculos profissionais e familiares”,
apontou. Por outro lado, a advogada do governo americano, Julia Nestor, apontou
que o executivo não merecia a liberdade sob fiança, pois é uma pessoa “com
elevados recursos e as conexões com o Brasil são muito grandes, país que não
tem tratado de extradição com os Estados Unidos”.
A esposa de Grubisich, Kátia, estava presente ao
tribunal, mas não foi permitida a comunicação verbal entre os dois.