Laboratório de nanotecnologia da Embrapa dobra de tamanho
“São Carlos está muito bem inserida e muito bem posicionada no desenvolvimento da nanotecnologia”, afirmou Flávio Plentz, coordenador geral de micro e nanotecnologia do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. Ele esteve presente na inauguração do novo módulo do Laboratório Nacional de Nanotecnologia, da Embrapa São Carlos, ocorrida no dia 10.
Ele explica que a boa colocação de São Carlos nessa área de pesquisa deve-se ao fato de dois importantes centros de estudo em nanotecnologia estarem instalados na cidade: o da Embrapa e outro na Universidade Federal de São Carlos.
Plentz explica que ambos os laboratórios integram o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias, criado este ano: “No total, são 26 laboratórios, 8 deles estratégicos, que é o caso do da Embrapa, e que estão ligados diretamente ao governo federal; e 18 deles são associados, localizados em universidades e centros de pesquisa, como o da UFSCar”, explica o coordenador.
Segundo ele, este ano o SIsNano vai receber R$ 38,7 milhões, distribuídos entre os 26 laboratórios. O investimento é para que eles possam se estruturar como grandes laboratórios internacionais, os quais conseguem fazer a produção industrial de nanotecnologias.
Questionado sobre o desenvolvimento brasileiro dessas tecnologias, ele explica que o país de destaca em duas áreas: a de produtos cosméticos, tendo cerca de 700 produtos; e de nanomateriais (nanopartículas, nanocerâmicas, insumos para serem agregadas em outros materiais).
“Mas evidentemente temos que caminhar muito. Já temos conhecimentos que foram transformados em produtos e em negócios, e queremos acelerar esse processo”.
E São Carlos, por sua boa inserção no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias, pode auxiliar nesse processo. Em especial com relação ao desenvolvimento agropecuário.
“Estamos duplicando a área de pesquisa na nossa unidade”, afirma Luiz Henrique Mattoso, chefe-geral da Embrapa Instrumentação em São Carlos. Segundo ele, a nanotecnologia desenvolvida na unidade pode fomentar saltos de qualidade e competitividade no agronegócio: “Somos os primeiros do mundo a ter um laboratório de nanotecnologia para o desenvolvimento de pesquisas na agropecuária”.
Ampliação
Com o módulo inaugurado, o laboratório foi ampliado em mais de 1.150 metros quadrados. O investimento na ampliação foi de cerca de R$ 3 milhões e, somado ao primeiro módulo, o espaço total do laboratório é de 2.300 metros quadrados, num total de R$ 13 milhões investidos.
“É um momento bastante importante. O governo tem investido em várias áreas do conhecimento e é relevante que ele reconheça como a nanotecnologia pode impactar a agricultura”, afirma Mattoso.
A inauguração do módulo deu-se no dia da abertura do VII Workshop de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio, que ocorreu na Embrapa e terminou no dia 13.