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Mercado reduz previsão de crescimento do PIB

03/12/2012 17h33 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Mercado reduz previsão de crescimento do PIB

O mercado reduziu pela terceira semana seguida e de forma mais agressiva as perspectivas para o crescimento econômico neste ano e no próximo, após a divulgação de dados frustrantes do desempenho do PIB no terceiro trimestre, ao mesmo tempo em que elevou as projeções para o dólar.

 

Os analistas consultados na pesquisa Focus do BC, divulgada nesta segunda-feira, 3, preveem que 2012 encerrará com uma expansão do Produto Interno Bruto de 1,27 por cento, contra 1,50 por cento na semana anterior. Para 2013, a expectativa foi reduzida para expansão de 3,70 por cento, após previsão de crescimento de 3,94 por cento anteriormente.

“O fim de ano ruim e a situação do setor externo mostram que 2013 não deve ter uma melhora tão consistente. Muitas das medidas do governo que acreditávamos que já teriam reflexo maior sobre a economia ao longo desse semestre não aconteceram”, disse o economista da Austin Rating Felipe Queiroz.

Os números, entretanto, ainda devem mudar, uma vez que os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)mostrando que a economia brasileira se expandiu apenas 0,6 por cento no terceiro trimestre ante o trimestre anterior foram divulgados na sexta-feira, e alguns bancos ouvidos pelo BC não tiveram tempo de refazer os cálculos.

“Nem todos revisaram as projeções para o Focus. Nós, por exemplo, reduzimos a previsão de crescimento de 1,7 por cento para 0,9 por cento (depois de sexta-feira)”, disse Queiroz, lembrando que os dados sobre a produção industrial de outubro a serem divulgados na terça-feira podem corroborar para essa revisão para baixo.

Para a produção industrial, calcanhar de Aquiles da economia, os analistas consultados no Focus veem agora contração de 2,38 por cento em 2012, ante queda de 2,30 por cento apontada na pesquisa da semana anterior. Para 2013, a expectativa é de expansão de 3,82 por cento, contra crescimento de 4,20 por cento anteriormente.

 

DÓLAR X INFLAÇÃO

A pesquisa Focus desta segunda-feira mostrou também que o mercado elevou a previsão para o dólar, cuja expectativa agora é de que encerrará este ano a 2,07 reais, ante 2,03 reais na semana anterior. Para 2013 essa perspectiva foi elevada a 2,06 reais, ante 2,02 reais.

Para o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, essa estimativa também tende a ser revista para cima nas próximas semanas tanto para 2012 quanto para 2013. Nesta segunda-feira, diante de um dólar acima de 2,13 reais na abertura, o BC interveio duas vezes por meio de leilão de swap tradicional, levando a moeda de volta ao patamar de 2,10 reais.

“A economia está fraca, mas o consumo continua forte. Então, acho que o governo vai buscar uma desvalorização gradual do real para tentar minimizar o impacto sobre a inflação”, disse Rostagno, que prevê o dólar a 2,20 reais até meados do ano que vem.

Esse cenário de real mais desvalorizado tende a pressionar os índices de inflação, uma vez que torna os preços dos produtos importados mais caros, mas o relatório Focus ainda não captou esta mudança.

A perspectiva do mercado para a inflação medida o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida em 5,43 por cento para 2012 e em 5,40 por cento para 2013, bem acima do centro da meta de inflação de 4,5 por cento. Também foi mantida a previsão de que a taxa básica de juros encerrará 2013 no atual patamar.

“A Selic continua em 7,25 por cento ao longo de grande parte do ano que vem, mas as pressões inflacionárias que devem emergir desse câmbio mais desvalorizado e de todos os estímulos deve provocar um cenário mais preocupante para 2014 em termos de inflação. Isso deve forçar o BC a ter que subir juros antes do final do ano que vem”, completou Rostagno.

Parte do mercado considera, contudo, que o BC poderá usar outros instrumentos de política para controlar os preços, além de medidas macroprudenciais.

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