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Mizuho fala em reação negativa dos mercados

27/10/2014 12h03 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Mizuho fala em reação negativa dos mercados

Reações negativas dos mercados à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) são tidas como certas pelo estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, que prevê “um ajuste significativo” nesta segunda-feira, 27, uma vez que, na sexta-feira, 24, o mercado chegou a precificar o aumento das probabilidades de Aécio Neves (PSDB) vencer as eleições. “Os mercados se manterão pressionados até que Dilma comece a dar diretrizes para o novo governo”, pontuou.

Segundo ele, a sinalização de um nome para assumir o ministério da Fazenda ou quais serão os caminhos da política econômica no segundo mandato acalmariam os mercados e diminuiriam a volatilidade que deve ser enfrentada nos próximos dias. “Indicações de Dilma seriam suficientes para estancar a queda que deve ocorrer a partir de hoje”, afirmou. “Claro, ela tem que ser bastante convincente nas escolhas para trazer credibilidade e evitar uma pressão muito grande e a deterioração nos mercados locais”, afirmou o especialista.

Rostagno faz a ressalva, no entanto, que o mercado deve permanecer reticente em relação aos compromissos anunciados pela presidente reeleita, já que, no passado, houve promessas no campo fiscal que não foram cumpridas pelo governo de Dilma. “Uma vez anunciados os ajustes, a grande dúvida é se a presidente será capaz de manter as mudanças mesmo se o mercado de trabalho começar a dar sinais reais de enfraquecimento”, questionou.

Um economista-chefe de um renomado banco de investimentos que preferiu não ser identificado também ressaltou o âmbito fiscal como principal foco do mercado nos próximos dias até que a presidente reeleita sinalize nomes para o próximo governo. Para o especialista, o comportamento diante dos dados fiscais do governo central e do setor público consolidado, a serem divulgados nesta semana pelo Tesouro Nacional e pelo BC, darão indicativos de qual será a postura do governo Dilma no próximo mandato.

Para a fonte citada acima, há duas opções diante do governo petista. “Se Dilma for pelo lado de aumentar os abatimentos, significa que ela continuará com as manobras para esconder a situação de todo mundo”, afirmou. Para tentar reconquistar a credibilidade, disse, seria importante tomar outra atitude. “Se optar pela redução do superávit primário, mostraria uma ‘busca pela realidade'”, comentou, se referindo à possibilidade de o governo reconhecer a dificuldade de cumprir a meta de superávit primário, que permanece em 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

Este economista-chefe lista ainda outro foco de atenção por parte dos investidores nos próximos dias: a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) nesta terça e quarta-feira. “Uma elevação dos juros seria bom para readquirir um pouco de credibilidade. Isso mostraria que toda a polêmica sobre a independência do BC durante a campanha não passou de retórica”, exemplificou.

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