Não há ação para elevar combustível
Não há nenhuma ação em curso entre governo e a Petrobras para elevar os preços dos combustíveis, disse nesta segunda-feira, 5, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster.
Ao responder a jornalistas sobre o assunto em evento no Rio de Janeiro, ela disse ainda que a política para reajuste da Petrobras continua sendo a de não repassar a volatilidade dos mercados futuros para os preços internos.
Questionada se o petróleo Brent estaria em novo patamar, o que levaria a um reajuste de combustíveis no Brasil, ela afirmou:
“Esse patamar de 123 dólares o barril, não é patamar, isso é pico, e a política de preços da Petrobras é de longo prazo, ela não vai ser alterada”.
O petróleo Brent fechou nesta segunda-feira a 123,80 dólares o barril.
Os futuros do petróleo ultimamente têm sido sustentados por preocupações geopolíticas, com operadores temendo que as tensões entre o Ocidente e o Irã venham a resultar em uma interrupção do fornecimento.
Em entrevista recente ao jornal O Estado de S.Paulo, Graça Foster, como a presidente da Petrobras prefere ser chamada, afirmou que haveria uma necessidade de repasse dos preços.
Mas o governo tem teme que algum repasse de preços possa elevar a inflação, conforme indicou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em entrevista recente.
As ações da Petrobras aprofundaram queda após as declarações de Graça Foster. Por volta das 17h30, caíam mais de 3 por cento.
VAZAMENTOS – A presidente da Petrobras afirmou ainda, ao ser questionada, que a estatal não registra mais vazamentos em plataformas neste início de 2012 do que houve no ano passado.
No fim de janeiro, um volume equivalente a 160 barris de petróleo vazou de uma tubulação, durante o teste de longa duração na área de Carioca Nordeste, na bacia de Santos. Cerca de duas semanas depois, um novo vazamento foi registrado, desta vez na plataforma P-43, na bacia de Campos.
Ao final de fevereiro, a Petrobras confirmou a informação de um analista sobre a ocorrência de um terceiro vazamento no período de cerca de um mês. Aproximadamente, 70 litros de água oleosa (mistura de água e petróleo) vazaram da plataforma Cidade de Santos, no Campo de Uruguá, na bacia de Santos.
Segundo um analista que não quis ser identificado, é natural que ocorra um número maior de acidentes com o aumento dos trabalhos de perfuração e produção de petróleo.
Mas a presidente da Petrobras discorda.
“Temos acompanhado e não há número maior de óleo vazado do que houve o ano passado… A gente planeja vazamento zero, é completamente inadmissível, não há mais neste ano do que houve no ano passado”, declarou Graça Foster.