Pontos de venda extraoficial acumulam chips da Claro
Os pontos de venda extraoficial de chip na cidade acumulam o produto da Claro e afirmaram que mesmo que quisessem o número de celular não conseguiriam por falta de quem comprasse.
A reportagem da Primeira Página percorreu ontem pela manhã pontos de venda no Centro da cidade e encontrou inúmeros revendedores com a cartela de chip da Claro acumulada no estoque.
Um dos revendedores dentro do Mercado Municipal, que preferiu não se identificar, afirmou que não houve procura pelo produto desde sábado. “Estou com dez chips no estoque à espera da liberação para poder comercializar. Por sorte é um produto que não envelhece e nem perde a validade”, afirmou.
Contando a mesma história, a dona da CLS Presentes, Maria Regina Dada, disse que para não mentir teve uma única procura por chip da Claro nesse período. “Informei que eu até poderia vender, mas ele não iria conseguir habilitar a linha, já que estava proibido desde segunda-feira. O cliente optou por outra operadora”, finalizou.
Com 14 chips no estoque, ela afirmou ainda que de um ano para cá a Claro tem perdido força no mercado. “De cada dez celulares com chip que vendo, três são da Claro; há um ano eram, pelo menos, seis. Os problemas gerados pela falta de sinal levam o consumidor a optar por outra operadora”, disse.
Ela também relatou que por força do trabalho tem aparelhos com mais de um chip para poder atender a demanda de habilitação junto às operadoras e que dependendo da região da cidade, o sinal da Claro some. “Eu sou vítima dessa situação”, contou.
Nas barracas de camelô no Centro da cidade, muitas exibem a identificação de venda de chip da operadora Claro, mas nenhuma se propôs a vender para um repórter disfarçado de cliente. Muitas delas afirmaram que o fornecedor passou recolhendo os chips por conta da restrição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A operadora de telefonia celular Claro passou, a partir de segunda-feira, 23, a ter a venda de chip e modems proibidas no estado, determinação imposta pela (Anatel) por causa da baixa qualidade dos serviços ofertado pela empresa e o grande número de reclamações dos clientes.
Com lojas visivelmente vazias, os atendentes se limitaram a informar que qualquer assunto sobre a Claro só será passado pela assessoria de imprensa da empresa.
Nas lojas de São Carlos, um comunicado do presidente da empresa, Carlos Zenteno, foi fixado na porta dos estabelecimentos pela manhã de ontem, indicando a restrição de vendas dos serviços e com tom de pesar, lamenta a decisão da Anatel. Alem de informar que a empresa investiu, só em 2012, R$ 3,5 bilhões. Informação que foi apresentada na semana passada à agência reguladora, mas não reverteu o quadro.
Operadoras punidas podem retomar venda de novas linhas de celular em 15 dias
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, estimou ontem em 15 dias o prazo para que a solução dos problemas com as operadoras TIM, Claro e Oi esteja encaminhada e a venda das linhas de telefonia celular e internet seja retomada.
“Não vamos resolver isso em 15 dias, mas achamos que neste prazo é possível ter um plano [plano de ação apresentado pelas operadoras] e compromissos públicos que sinalizem para a solução do problema. Aí autorizaremos a venda de novas linhas condicionada ao cumprimento desse compromisso”, disse Paulo Bernardo, após despachar com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada.
Segundo o ministro, os planos de trabalho para melhorar a qualidade dos serviços de telefonia que terão de ser apresentados pelas três empresas serão divulgados na internet para que os consumidores acompanhem se as medidas para melhorar a qualidade dos serviços estão sendo cumpridas.
