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São Carlos tem a pior balança comercial em 10 anos

30/01/2013 10h14 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
São Carlos tem a pior balança comercial em 10 anos

A balança comercial de São Carlos perde força e fecha o ano de 2012 com queda de 25,6% em relação a 2011. A cifra ficou em US$ 89,7 milhões, a mais baixa dos últimos dez anos. Em 2011, o valor entre o que se exportou e o que foi importado resultou na cifra de US$ 120,8 milhões. Os dados foram divulgados na sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

 

A comparação entre a balança comercial de 2002 e de 2012 resulta em uma queda maior que atinge 43%. A cidade nesse período perdeu aproximadamente US$ 68 milhões de divisas.

O diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), em São Carlos, Ubiraci Pires Corrêa, identifica como o maior problema a falta de uma política firme do governo federal que traga estabilidade ao empreendedor para que ele possa investir no parque industrial.

“Os empresários estão temerosos em ampliar os negócios diante da falta de uma política econômica exata. Com a economia ao sabor do vento falta investimento que crie competitividade para o produto nacional. Isso leva a uma produção reduzida que se abre para os importados, diante da demanda de consumo”, explicou.

Corrêa analisou ainda que, mesmo com as medidas econômicas propostas pelo governo Dilma, o remédio ainda não funcionou no chão de fábrica. Ele avalia que a indústria está debilitada e que o caminho para reverter esse quadro pode ser em médio prazo.

A análise do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Ciesp, Paulo Francini, é que o resultado da balança comercial foi diretamente afetado pela crise internacional, fechando fronteiras já conquistadas pelo mercado nacional.

Para o economista Gilberto Camargo, da Fundação Getúlio Vargas, o fraco desempenho tem respaldo na desindustrialização brasileira frente ao avanço dos produtos importados vindos, “em grande maioria”, da China. “Competir no mercado globalizado necessita de estratégias que passam por barreiras protecionistas e linhas de crédito para modernizar o parque industrial brasileiro”, ressaltou.

Para o diretor regional do Ciesp, o momento mostra a fragilidade da política econômica brasileira. “Hoje mesmo (ontem) o dólar estava abaixo de R$ 2,10. É um valor que privilegia a importação”.

Segundo a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, a queda nas exportações, principalmente nos produtos básicos, é reflexo da crise internacional que tem afetado o comércio exterior brasileiro. “A queda expressiva se deve ao ciclo da crise que se prolonga e ainda se faz sentir no nosso comércio exterior. Afeta, sobretudo, por meio da queda de preços em produtos nos quais o Brasil é bastante competitivo”, explicou.

 

RECUPERAÇÃO – Durante o ano de 2012 a balança comercial se mostrou oscilante com meses como janeiro, agosto e novembro registrando índices abaixo de US$ 10 milhões. Dezembro teve uma ligeira recuperação fechando em US$ 9,5 milhões, o que equivale a 49% superior a novembro.

 

  

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