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São Paulo concentra 34,8% do Valor da Transformação Industrial nacional

Enquanto produtividade industrial dos demais Estados brasileiros cresceu 10,1%, de 2007 a 2021, a da indústria paulista aumentou 1,2%

07/12/2023 23h53 - Atualizado há 8 meses Publicado por: Redação
São Paulo concentra 34,8% do Valor da Transformação Industrial nacional Divulgação/Ciesp

Dados do ‘Seade Informa’ revelam que dois segmentos industriais do território paulista ampliaram sua contribuição no Valor de Transformação Industrial (VTI) nacional. De acordo com apontamentos do estudo referente ao território paulista, o setor de produtos químicos aumentou 4,3 pontos percentuais (passando de 43,1% para 47,4%); e o de impressão e reprodução de gravações avançou 0,3% (de 42,0% para 42,3%) na indústria nacional.

“Os dados da pesquisa apontam o peso da guerra fiscal contra o Estado de São Paulo. Outros Estados reduzem impostos e atraem novas empresas para sua região, geralmente mexem no ICMS. São Paulo tem uma tradição de manter a arrecadação, postura que já vem de várias décadas, e acaba perdendo indústrias importantes para outros Estados brasileiros”, explica Marcos Henrique dos Santos, diretor titular do Ciesp São Carlos.

Segundo Santos, a questão é consolidada pelos dados do Seade. “A gente acredita que esta situação vai se reverter quando houver a implantação definitiva da reforma tributária. Porque daqui a uns anos o imposto vai ser recolhido no mercado consumidor, ou seja, o Estado mais comprador, onde a população se concentra, vai se creditar de mais recursos oriundos dos impostos e aí não fará mais sentido investir longe dos maiores mercados consumidores, pois se reduz, assim, e muito, as despesas com logística. Enquanto houver a guerra fiscal esta situação vai se manter”, ressalta o empresário.

O estudo ainda aponta que entre 2007 e 2021, a fatia do Estado de São Paulo no VTI nacional passou de 40,8% para 34,8%. Entre os setores que experimentaram variações menores figuram equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos – de 41,7% para 41,2%; e veículos automotores, reboques e carrocerias, de 55,0% para 54,3%.

Aparecem entre os maiores recuos o setor de biocombustível, passando de 67,7% para 25,5%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos (de 55,9% para 38%); celulose e produtos de papel (de 45,4% para 28,5%); vestuário e acessórios (38,7% para 22,9%); e produtos de metal (de 48,3% para 33,7%).

De acordo com o estudo do Seade, parte da explicação para a queda da participação do Estado de São Paulo no VTI nacional pode estar associada à produtividade. Enquanto a produtividade industrial dos demais estados cresceu 10,1%, a da indústria paulista aumentou 1,2%.

“A avaliação dos setores como está apresentado no levantamento mostra situações pontuais, que podem estar refletindo perda de mercado. As indústrias que estão no levantamento pode ter se reposicionado. Os produtos que eram fabricados em 2007 não são os mesmos produtos que são fabricados em 2021. A cadeia de produção vai mudando e é natural que ocorram estas variações de poucos pontos percentuais”, afirma o diretor do CIESP São Carlos.

PAINEL DA INDÚSTRIA PAULISTA

O Seade disponibilizou recentemente, de forma gratuita, o Painel da Indústria Paulista. A plataforma consolida uma série histórica abrangendo quase duas décadas do Valor de Transformação Industrial que abrange 24 segmentos para os municípios do Estado. Trata-se de um completo panorama, permitindo consultas por regiões, cidades, setores, entre outros recursos.

Além do ineditismo de informações detalhadas, que podem ser extraídas por municípios e regiões compreendendo um período extenso, há também como recurso a possibilidade de comparar o VTI paulista ante os demais estados, contrapondo indicadores referentes a categorias como pessoal ocupado, produtividade e salário médio.

Para saber mais sobre o painel acesse https://industria.seade.gov.br/

VTI

O Valor da Transformação Industrial (VTI) corresponde à diferença entre o valor bruto da produção industrial (VBPI) e o custo com as operações industriais (COI). O VBPI é a soma das vendas de produtos e serviços industriais, variação dos estoques dos produtos acabados e em elaboração, e produção própria realizada para o ativo imobilizado. Já o COI está ligado diretamente aos custos da produção industrial, ou seja, é o resultado da soma do consumo de matérias-primas, materiais auxiliares e componentes, da compra de energia elétrica, do consumo de combustíveis e peças e acessórios; e dos serviços industriais e de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos ligados à produção prestados por terceiros.

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