Sindicato quer assegurar direitos dos trabalhadores da Incaflex
Os 150 metalúrgicos da Incaflex, empresa especializada no desenvolvimento de cabos de comando para motocicletas, reuniram-se nesta sexta-feira, 19, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, para debaterem o fechamento da empresa. Conforme divulgado na edição de quinta-feira (18) do Primeira Página, com o falecimento de Nelson Pedro Scherer, diretor-presidente da indústria, os herdeiros demonstraram pouco interesse em prosseguir com o negócio.
A reunião contou com um representante dos Recursos Humanos da empresa, que preferiu não se manifestar sobre o assunto. O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Vanderlei Strano, explicou que a participação da entidade serve para dar guarida aos trabalhadores, assegurando o pagamento dos direitos trabalhistas, como verbas rescisórias e rescisões contratuais.
“Fomos surpreendidos com essa decisão, mas vale salientar que o fechamento não é de ordem econômica. O caso se trata de uma empresa em que os herdeiros não querem tocar o negócio. Intermediamos as negociações de uma maneira que não se judicialize o caso, como infelizmente aconteceu com outras empresas”, explicou Strano.
O vice-presidente dos Metalúrgicos disse que aguardará essa fase das negociações e, após, buscará caminhos para reduzir os impactos sociais provocados pelas demissões. De acordo com o que ficou decidido na assembleia, os trabalhadores da Incaflex receberão as rescisões no início de janeiro de 2015. Os trabalhadores concordaram que o Departamento Jurídico dos Metalúrgicos cuide e acompanhe as homologações da empresa.
O FUNDADOR
Nelson Pedro Scherer faleceu em 1º de dezembro. Ele deixou três filhos e um neto. Graduou-se engenheiro pela Faculdade de Engenharia Industrial – FEI em 1967 e no início da década de 1980, estabeleceu-se em São Carlos, onde iniciou a empresa Incaflex, focado na fabricação de cabos de comando para o segmento de duas rodas. Alguns metalúrgicos ouvidos pelo Primeira Página disseram que a dedicação à empresa ocorreu até os últimos dias antes da morte.
A Incaflex e o seu proprietário sempre se orgulharam em dizer que a empresa era 100% brasileira, com o objetivo de oferecer qualidade e segurança aos usuários e que investia na pesquisa de novos materiais e processos de fabricação, equipamentos com tecnologia de ponta e constante treinamento de seus colaboradores.
