Tempo seco não atrapalha produção de verduras
A falta de chuva em São Carlos e na região nos últimos meses favoreceu a produção de cana-de-açúcar e não afetou o cultivo das verduras vendidas.
Com o período de estiagem que varia entre 30 dias e 50 dias na região metropolitana, litoral e áreas agrícolas, o estado de São Paulo sente o pior período de seca dos últimos cinco anos. A umidade relativa do ar na cidade está no nível em estado de atenção, em torno dos 30%.
Mesmo sem chuva, os preços das hortaliças não tiveram alta acentuada porque em 95% das fazendas a irrigação é artificial. Seja por aspersão, gotejamento ou sulco. A produção compensou os 5% que dependiam das chuvas.
De acordo com o engenheiro agrônomo e chefe de Divisão de Apoio à Agricultura Familiar da Secretaria Municipal de Abastecimento, Ivo Assumpção Alves, a melhor época para produção para folhosas é a do inverno, pois a irrigação pode ser feita de maneira controlada e constante.
“O cultivo de folhosas é mais sensível à água, por isso, durante o inverno, é possível irrigá-la de forma correta e as altas temperaturas não prejudicam na produção”, explica Alves.
Os cuidados pós-colheita também são importantes para manter a qualidade das verduras que precisam permanecer úmidas, borrifando água até o momento da venda, para que não murche.
A maioria das propriedades do programa de Agricultura Familiar em São Carlos possui irrigação própria que supre a quantidade de água mesmo na falta de chuva. A cidade possui uma grande produção de hortaliças cultivada pelos pequenos produtores.
“O cultivo de folhosas é mais sensível à água, por isso durante o inverno é possível ter um produção boa e com poucas perdas; as altas temperaturas não atrapalham na produção, o segredo para o agricultor está na irrigação”, comenta Alves.
Dependendo da cultura, do solo e da umidade do ar, o agricultor terá que saber quantas vezes irrigar o solo. Nas propriedades maiores, pode haver um pouco mais de perda, pois para o produtor fica mais difícil de irrigar toda área de cultivo de forma eficiente.
De acordo com a gerente Mara Galegário, do Varejão da Qualidade, as folhosas tiveram uma queda de preço entre 27% a 33%. “Não houve queda na produção, nem na qualidade dos produtos e os preços tiveram uma queda significativa para o consumidor, que está levando mais hortaliças para casa”, comenta.
A produção de cana-de-açúcar para o álcool etanol teve um desempenho melhor por conta da estiagem. Sem as chuvas na região dos canaviais, os usineiros conseguiram um período maior de moagem.