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Tensão sobre Síria é argumento da Petrobras para reajuste

03/09/2013 21h52 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Tensão sobre Síria é argumento da Petrobras para reajuste

A ameaça de uma ação militar contra a Síria, localizada em uma importante região produtora de petróleo, eleva a defasagem dos preços dos combustíveis no Brasil e adiciona um novo argumento por um reajuste como quer a Petrobras.

 

A estatal já vinha pedindo um aumento nos preços ao governo, seu acionista majoritário, diante da escalada recente do dólar ante o real (de perto de 20 por cento desde o fim de abril), que encarece as importações de combustíveis feitas pela companhia para abastecer o mercado doméstico.

“Uma eventual guerra na Síria pressionaria ainda mais o preço do barril do petróleo. Hoje, a defasagem dos preços dos combustíveis no mercado interno é grande, mas amanhã pode ser ainda maior”, disse recentemente à Reuters uma fonte ligada à Petrobras, sob condição de anonimato.

O preços do petróleo nos EUA atingiram o seu maior nível no ano em 28 de agosto, enquanto o petróleo Brent está oscilando perto do maior patamar desde fevereiro.

Uma fonte do governo em Brasília, contudo, afirmou que a ameaça de guerra no país asiático não exerce necessariamente mais pressão para reajustar o preço dos combustíveis, ainda que eleve a cotação internacional do petróleo.

“Não fazemos reajuste do preço dos combustíveis em tempo real. Não se pode pensar apenas no pico do preço”, disse a fonte, admitindo que existe uma análise sobre os preços dos combustíveis no mercado interno sendo feita “com cautela”.

No fim da semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não há previsão de autorizar um reajuste de combustíveis no país. Ao mesmo tempo, Mantega –que também preside o Conselho de Administração da Petrobras– frisou que isso não significa que um aumento dos derivados do petróleo não será feito no futuro.

O governo resiste em permitir uma alta dos preços dos combustíveis devido ao impacto que isso teria na inflação, que está perto do teto da faixa da meta oficial, que é de 4,5 por cento ao ano com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Procurada, a Petrobras informou que não comentaria o assunto.

 

BRENT EM ALTA

No começo da semana passada, os Estados Unidos disseram que há evidências de uso de armas químicas pelo governo sírio contra civis. Nesta terça, o presidente norte-americano Barack Obama disse estar confiante que o Congresso dos EUA votará em favor de uma ação militar na Síria.

Embora a Síria não seja uma grande produtora de petróleo, há temores de que qualquer combate se alastre e atinja importantes exportadores da commodity no Oriente Médio.

Antes da ameaça de guerra na Síria, a defasagem de preços da gasolina no Brasil em relação aos valores no exterior estava entre 20 e 22 por cento, segundo uma fonte. Desde que o suposto uso de armas químicas pelo governo sírio se tornou público, o petróleo tipo Brent acumulou alta de cerca de 4 por cento.

O banco Société Générale avalia que a cotação do Brent pode subir em direção a 125 dólares se o Ocidente lançar ofensivas aéreas contra a Síria, e chegar a até 150 dólares caso o conflito se espalhe para o resto do Oriente Médio. Qualquer súbito aumento da commodity, contudo, provavelmente seria breve, segundo a instituição.

Na quarta-feira passada, o ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, esteve reunido com representantes da Petrobras no Rio. Ele não tratou diretamente do reajuste pleiteado pela empresa, mas ouviu uma exposição sobre a “realidade” da companhia, segundo a fonte próxima à Petrobras.

 

“Não discutimos aumento, mas a tese de que o câmbio está provocando a defasagem e que isso compromete o caixa da empresa. As refinarias estão operando no limite e tudo tem um limite físico. Nós pedimos um aumento dos combustíveis em função de câmbio e do preço de Brent. O ministro veio conhecer de perto a nossa realidade”, disse a fonte.

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