15 de Maio de 2024

Dólar

Euro

Esporte

Jornal Primeira Página > Notícias > Esporte > Mesmo no futebol, profissionalizar atleta é difícil

Mesmo no futebol, profissionalizar atleta é difícil

12/02/2013 08h37 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Mesmo no futebol, profissionalizar atleta é difícil

No dia 10 de fevereiro, é comemorado o Dia do Atleta Profissional. Em São Carlos, a única modalidade em que há profissionalização da prática esportiva é o futebol. Mas ainda que seja a “paixão nacional”, para se profissionalizar o atleta enfrenta diversos obstáculos, desde preconceitos quando à atividade que exerce, ate dificuldades financeiras.

 

Júlio César Bianchini, presidente do São Carlos Futebol Clube há 8 anos, afirma que a média de profissionalização por ano era de 10 jogadores: “O menino completava 16 anos, e nós o profissionalizávamos, fazíamos um contrato de 3 anos, pagávamos para ele salário mínimo e dávamos condições de trabalho. Nos últimos dois anos, profissionalizamos somente dois jogadores. E não é só o São Carlos que passa por isso, e imagino que se você for ouvir pessoas de outras modalidade eles também vão falar isso”, diz Bianchini, que não percebe nenhuma alteração das circunstâncias com a vinda da Copa do Mundo para o Brasil: “Vi muita propaganda falando sobre isso, mas se o governo não lançar uma norma onde ele aumente essa participação de incentivos de empresas aos clubes nada vai mudar. Como as empresas pagam muitos impostos, elas têm dificuldade de patrocinar”.   

Elvio Ezequiel, são-carlense que jogou no Coritiba e no São Paulo na década de 1980, conta um pouco da sua experiência: “Joguei em uma época em que o jogador era muito desvalorizado. O futebol era marginalizado, até para namorar…Havia aquela ideia de que jogador de futebol não presta. Infelizmente nós não somos reconhecidos em São Carlos. Tenho um nome dentro do futebol, se chegou ao Morumbi, no Recife, no Curitiba eu sou bem recebido, mas na minha própria cidade ninguém reconhece. Não só eu, outros jogadores também”, diz.

Roberto dos Santos Silva, volante do São Carlos que há 12 joga profissionalmente, diz:

“Existe preconceito, pois tem muita gente que não entende. Meu pai era assim, pensava que ser jogar futebol não é profissão. Nós que estamos no meio do futebol, que nos profissionalizamos, temos carteira assinada, os benefícios do governo, temos tudo isso. Mas tem gente que trata o futebol ainda como coisa de malandro. No exterior fui muito bem tratado por ser brasileiro. Creio que deveríamos tratar um pouco melhor o atleta profissional aqui dentro do país”, afirma.

“Vejo muito atleta de futuro abandonar o esporte porque não consegue sobreviver”,diz Bianchini.

 

 

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x