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Rafaela se desespera com erro no momento de brilhar

30/07/2012 15h52 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Rafaela se desespera com erro no momento de brilhar

Rafaela Silva conseguiu superar as dificuldades de uma infância carente na favela carioca de Cidade de Deus, tornando-se uma atleta olímpica e aposta de medalha para o judô do Brasil em Londres. Um “erro clássico”, nas palavras dos treinadores, levou a jovem ao desespero quando viu todo esse esforço por uma medalha escapar pelas mãos.

 

A judoca, campeã mundial sub-20 e vice-campeã mundial adulta, era uma aposta certa da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para conquistar uma medalha na categoria leve (até 57kg) nesta segunda-feira, mas cometeu uma irregularidade na execução de um golpe ao pegar a perna da adversária húngara Hedvig Karakas com a mão e foi desclassificada.

A reação foi imediata, ela caiu no choro e se jogou no tatame, sem consolo. “Se (fui) eu que meti a mão, então o erro foi meu”, disse Rafaela, após ser consolada por seus técnicos e segurando o choro. “Infelizmente eu cometi um erro, agora é levantar a cabeça e treinar para 2016”, disse.

“Eu sei que tinha condições de chegar até uma medalha. Agora é página virada”, acrescentou a judoca, de 20 anos, numa rápida entrevista, em que voltou a chorar ao ser lembrada de sua origem humilde. Ela foi revelada no mundo do judô por um projeto social do judoca medalhista olímpico Flávio Canto desenvolvido em favelas do Rio do Janeiro.

“Queria agradecer ao pessoal que acordou cedo para assistir à minha luta, peço desculpas porque eu não fiz o que eles esperavam”, disse.

Até a Olimpíada de Pequim-2008 era permitida a execução do golpe kata-otosho com a mão pegando a perna do adversário, mas as regras foram modificadas em 2009 para impedir que os atletas passassem a maior parte da luta buscando os membros inferiores dos oponentes.

 

ELIMINADA

Inicialmente, Rafaela teve um wazari marcado a seu favor quando aplicou o golpe, mas logo em seguida a decisão foi revertida pelos árbitros, que a eliminaram. Os técnicos da CBJ não questionaram em nenhum momento a decisão dos juízes e disseram que a brasileira cometeu um “erro clássico”.

“A dor maior dela é que a derrota é culpa dela, não foi o outro que foi mais eficiente, mais forte, mais rápido, mais técnico. O erro foi dela, ela errou. Ela está sofrendo muito com isso”, afirmou Nei Wilson, chefe da equipe brasileira de judô em Londres.

“É uma técnica que existe no judô e que foi adaptada para não usar o braço, mas na ânsia de fazer o golpe e acertar, ela acabou usando a mão”, acrescentou.

A medalha de Rafaela na categoria leve – a mesma que deu a primeira medalha da história ao judô feminino do Brasil, o bronze de Ketlen Quadros em Pequim-2008 – estava na conta da meta de quatro pódios estabelecida pela confederação para os Jogos de Londres.

Depois do ouro de Sarah Menezes e o bronze de Felipe Kitadai no primeiro dia dos Jogos, o Brasil agora soma quatro derrotas seguidas antes das quartas de final. Bruno Mendonça também foi derrotado em sua segunda luta, pelo holandês Dex Elmont.

Na terça-feira, será o dia de Leandro Guilheiro, líder do ranking mundial dos meio-médios (até 81kg) e dono de medalhas de bronze olímpicas (Atenas-2004 e Pequim-2008), tentar cumprir sua parcela na meta e subir ao pódio. No feminino, o Brasil será representado por Mariana Silva, estreante em Olimpíadas.

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