Segurança da Olimpíada não está ameaçada
A Olimpíada de Londres não está ameaçada pela incapacidade de uma grande empresa de segurança de recrutar funcionários suficientes, disseram ministros e o chefe do comitê organizador da cidade neste domingo, 15, tentando apaziguar uma tormenta política às vésperas da chegada dos atletas.
Três dias atrás, o governo anunciou que irá convocar 3.500 tropas adicionais depois que a empresa G4S admitiu ser improvável treinar a tempo os seguranças que prometeu sob o contrato de 284 bilhões de libras (442 bilhões de reais).
A notícia, duas semanas antes do início dos Jogos, em 27 de julho, desencadeou temores com a segurança de atletas e espectadores e com a possibilidade de longas filas para passar pelo sistema de segurança a caminho dos locais das competições.
“(A segurança) não está comprometida”, disse o presidente do comitê organizador da Olimpíada de Londres, Sebastian Coe, à rádio BBC.
“Não se trata de números. Se trata simplesmente de uma combinação. Teremos jogos seguros. Se eu preferiria não ter que lidar com isso faltando duas semanas? É claro”.
A segurança tem encabeçado a lista de preocupações dos organizadores desde que quatro britânicos islâmicos mataram 52 pessoas em ataques suicidas com bomba na capital um dia após Londres conquistar a vaga olímpica em 2005. No mês passado, Jonathan Evans, chefe do MI5, a agência de inteligência inglesa, alertou que a Olimpíada representa um alvo atraente.
Enquanto autoridades veteranas dizem não haver nada que indique que um ataque esteja sendo planejado, detectaram-se falhas no aparato de segurança antes da chegada dos milhares de atletas e autoridades na segunda-feira.
Neste domingo, o jornal The Observer citou uma autoridade de fronteira anônima segunda a qual suspeitos na lista do governo estão tendo ingresso à Grã-Bretanha sem a devida verificação porque recrutas inexperientes estão sendo empregados nas fronteiras.
O inspetor-chefe independente de fronteiras, John Vine, alertou que funcionários que só têm treinamento básico e fazem menos perguntas foram convocados para lidar com as imensas filas no controle de passaportes do aeroporto de Heathrow, nos arredores de Londres.
Mas um porta-voz da Força de Fronteira disse que a inspeção de Vine mostrou que seu pessoal até plenamente ciente das verificações que deve fazer.
“Toda a equipe de contingência destacada para a fronteira foi totalmente treinada e tem apoio de oficiais experientes da Força de Fronteira”, disse ele.
A operação de segurança, a maior já realizada na Grã-Bretanha em tempos de paz, está em plena atividade, envolvendo todos os setores das forças armadas, dos serviços especiais ao maior navio de guerra da Marinha, o HMS Ocean, atracado no rio Tâmisa.
Restrições no espaço aéreo sobre Londres e a maior parte do sudeste da Inglaterra foram implantadas no sábado, com jatos da Força Aérea Real de prontidão para abater qualquer aeronave caso seja necessário.