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Guerreiro de quem?

12/05/2017 08h54 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Guerreiro de quem?

A polarização de visões lançadas e das interpretações “pescadas” da análise de uma pessoa como o ex-presidente Lula é um convite à reflexão sobre a nossa inteligência. Entendendo a inteligência como a faculdade de perceber a verdade usando para isso nossos sentidos, emoções, raciocínios, e demais funções psíquicas. 

A polarização, evidenciada por diversos fatos, foi sintetizada por uma mensagem de outdoor que foi divulgada em Curitiba. Ao invés de taxar Lula de “guerreiro do povo brasileiro”, como fazem seus mais ardorosos adeptos, a divulgação chamava o ex-presidente de “guerreiro do povo carcereiro”. A ironia é evidente, pois há uma diferença gritante de valor em ser guerreiro “do povo brasileiro” e do “povo carcereiro”; e é evidente também que alguma dessas análises está fundamentalmente errada (a não ser que aceitemos uma total identidade entre um e outro “povo”). 

Mas qual delas está errada? Qual das análises, que são pré-requisito para essas duas expressões, passa longe da verdade? Em outras palavras, qual dessas análises é produto de uma inteligência que, ou por causa dos sentidos, ou por causa das emoções – ou por causa dos raciocínios, ou por causa dessas três faculdades – mal usadas acaba fazendo uma avaliação errada e, portanto, não está usando devidamente a inteligência?

Como muito bem percebeu o escritor Robert Musil no seu clássico O Homem sem Qualidades, “não há nenhum pensamento importante que a burrice não saiba usar, ela é móvel para todos os lados e pode vestir todos os trajes da verdade. A verdade, porém, tem apenas um vestido de cada vez e só um caminho, e está sempre em desvantagem”. 

A verdade, enfim, é difícil de ser alcançada. Não fosse assim, os grandes sábios, filósofos, cientistas e artistas que surgiram, e foram marcos na história humana, não teriam mérito algum. E uma das explicações para essa dificuldade é que, entre a nossa inteligência e a verdade, um batalhão enorme de obstáculos pode se impor; obstáculos como o orgulho, a vaidade, o medo, o ódio, o rancor, etc; obstáculos cujo interesse último não é, de modo algum, a verdade. 

Analisadas as declarações de Lula – tantas vezes contraditórias, algumas vezes até auto excludentes, muitas e muitas vezes cheias de autoindulgência e vitimismo, ao mesmo tempo repletas de arrogância e megalomania – não é difícil notar um elevado grau de simulação, de pose, de teatralidade, de fingimento, e até mesmo de histeria. Todas características que, sem a menor sombra de dúvidas, não combinam com uma busca séria da verdade dos fatos. 

Se, como Lula afirmou em Curitiba, ele é o homem mais interessado pela verdade nessas investigações, é importante alguém dizer-lhe que está no caminho errado.             

 

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