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A importância das bactérias gram-negativas no contexto da resistência antimicrobiana

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05/05/2024 05h52 - Atualizado há 2 semanas Publicado por: Redação
A importância das bactérias gram-negativas no contexto da resistência antimicrobiana

Nome: Thalita Hellen Nunes Lima

Técnica em eletrotécnica pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. Bacharel em Física, Mestre em Ciências dos Materiais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Doutoranda do programa de Física Biomolecular do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo, campus São Carlos.

 

Entrevistada: Doutoranda Thalita Hellen Nunes Lima

As bactérias são responsáveis por uma série de infecções que afetam as pessoas de todas as idades, gênero e etnias. Essas bactérias são dividias em dois grandes grupos, as gram-positivas e as gram-negativas. As bactérias gram-negativas possuem uma membrana externa que garantem a elas uma tolerância maior a alguns medicamentos. Por conta disso, algumas cepas de gram-negativas são associadas a uma alta incidência de infecções e de mortalidade.

O principal método de tratamento contra essas infecções são os antimicrobianos conhecidos como os antibióticos. Entretando, as bactérias possuem a capacidade de gerar mecanismos com o objetivo de sobreviver a esses medicamentos, se tornando bactérias que são intituladas “bactérias resistentes”. Dentre esses grupos de bactérias resistentes, as gram-negativas que já possuem uma dificuldade de tratamento passam a ser um desafio ainda mais relevante e emergente.

Além disso, há uma classe de mecanismos de resistência bacteriana que pode ser transferida horizontalmente, ou seja, a bactéria resistente é capaz e transferir a resistência para uma bactéria não resistente que esteja próxima a ela e não somente para as suas descendentes. Por conta disso, há uma disseminação de microrganismos resistentes é acelerada e pode, no futuro, nos levar a um contexto de emergência de saúde pública.

Apesar dos antibióticos serem o padrão ouro no tratamento das infecções bacterianas, eles já não são capazes de tratar algumas cepas de bactérias resistentes. Como uma alternativa a isso, há a inativação fotodinâmica de bactéria que se baseia no uso da luz em um comprimento de onda específico e de um agente fotossensibilizador e o oxigênio molecular. Nesse sentido, quando a luz é absorvida pelo fotossensibilizador, ele pode interagir com o oxigênio molecular gerando as espécies reativas de oxigênio. Essas espécies reativas são capazes destruir as bactérias resistentes e as não resistentes.

Tendo todos esses fatores em vista, no IFSC (Instituto de Física de São Carlos) a doutoranda e bolsista da agência de fomento CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) Thalita H. N. Lima está desenvolvendo sua tese de doutorado que visa utilizar a inativação fotodinâmica juntamente com os antibióticos contra bactérias gram-negativas resistentes a antibióticos que possuem potencial de transferência horizontal de genes. Essa tese possui a orientação do professor Dr. Vanderlei S. Bagnato e a coorientação da professora Dra Kate C. Blanco e faz parte do grupo de Resistencia Antimicrobiana do CEPOF (Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica ( CEPOF – INCT – IFSC – USP).

A bactéria escolhida como objeto de estudo é a Escherichia (E. coli) que é uma bactéria gram-negativa que para alguns antibióticos pode possuir a capacidade de transferência horizontal de genes. Ademais a E. coli tem um interesse especial por ser uma cepa bacteriana que é protagonista de infecções conhecidas como as infecções hospitalares (aquelas que estão restritas ao ambiente hospitalar) como as infecções comunitárias. O contexto do trabalho é avaliar e determinar as melhores condições de inativação fotodinâmica dessas bactérias de especial interesse médico. Assim como utilizar essas condições juntamente com os antimicrobianos tradicionais para tratar as bactérias resistentes.

Desse modo, o trabalho que está sendo realizado pela Thalita H N Lima tem como pretensão auxiliar na mitigação desse problema multifatorial que é a resistência antimicrobiana. É importante ressaltar que o grupo de Resistência Antimicrobiana visa atacar diferentes fatores que envolvem a problemática da resistência antimicrobiana. Em consequência, os trabalhos esperam utilizar a física e a luz a serviço da sociedade brasileira.

Fontes:  Doutoranda Ms. Thalita Hellen Nunes Lima – pesquisadora do CEPOF – INCT – IFSC – USP; Professor Dr. Vanderlei Salvador Bagnato –  Coordenador do CEPOF – INCT – IFSC – USP, e a coorientação da professora Dra Kate C. Blanco – Coordenadora da pesquisa e pesquisadora membro do CEPOF – INCT – IFSC – USP; Ms. Kleber Jorge Savio Chicrala – Jornalismo Científico e Difusão Científica do CEPOF – INCT – IFSC – USP

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