Manifestações “não interferem no nosso trabalho”, diz Felipão
O técnico Luiz Felipe Scolari disse nesta terça-feira, 18, que as manifestações dos últimos dias no país não interferem no trabalho da seleção brasileira na Copa das Confederações, apesar de os protestos ocorridos perto dos estádios em dias de jogos do torneio.
“No que é que nós podemos interferir? Nós fazemos aquilo que temos obrigação de fazer, que é jogar futebol”, disse o treinador do Brasil em entrevista coletiva na véspera do jogo contra o México, em Fortaleza.
“Podemos assistir, ter opiniões, mas não interfere no nosso trabalho”, acrescentou.
Manifestações em várias capitais brasileiras reuniram mais de 200 mil pessoas na segunda-feira, numa onda de protestos que começou na semana passada e chegou à Copa das Confederações.
Na estreia do Brasil na competição, no sábado, em Brasília, manifestantes tentaram chegar perto do estádio Nacional Mané Garrincha e a situação se repetiu no Rio de Janeiro, no domingo, e em Belo Horizonte, na segunda, com confrontos com a polícia.
“É normal numa democracia que essas demonstrações sejam recebidas e percebidas pelo nosso governo e pelas pessoas que estão envolvidas. Tomara que continuem sendo pacíficas e democráticas”, afirmou Felipão, ignorando situações de violência que ocorreram em vários protestos.
O treinador comentou ainda que a seleção representa o povo. “A seleção é do povo, nós somos povo, acho estamos dando ao povo o que eles mais querem da seleção, que vá crescendo e que posso empolgar.”
O Brasil estreou na Copa das Confederações com uma boa vitória sobre o Japão, por 3 x 0, e tem ainda México e Itália, pela primeira fase.
Para o treinador brasileiro, a imagem do Brasil não fica arranhada com a realização de protestos durante uma competição internacional.
“Estão falando lá fora coisas que podem não ser a realidade total do Brasil. Vocês viram antes da Olimpíada muitas manifestações em Londres e nem por isso a Inglaterra acabou ou deixou de ser muito bem falada”, disse Felipão, campeão mundial com a seleção em 2002.