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A Educação Sexual nas Escolas, por que é importante?

Reprodução/IA

A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura), assim como o CFP (Conselho Federal de Psicologia), vem reiterando a importância da abordagem do tema da educação sexual nas escolas. Mas por quê? Você sabe para que serve esse tema? O que se fala ao abordá-lo?

O primeiro ponto é que não se trata sobre erotização precoce. Isso porque, aquilo abordado na verdade, são temas como: o que é a puberdade (e as mudanças físicas que ocorrem com essa), higiene, o que são absorventes, o porquê de usar desodorantes, IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis), como evitar a gravidez na adolescência, importância do uso de preservativos, consciência corporal, respeito, consentimento, como identificar e como reportar casos de abuso. Sempre de acordo com a idade.

E qual o papel da escola?

Pensando que na realidade brasileira, muitas crianças passam a maior do dia nas escolas, a instituição é formadora de muitos tipos de educação e conhecimentos. Seja de conhecimentos e perguntas básicas, que surgem de formas espontâneas pelas crianças, ou sobre o entendimento de si e de segurança sobre o próprio corpo.

Portanto, ao não se falar sobre essas questões se coloca tudo isto no local de tabu. Desde a questão de entender as mudanças que ocorrem com o próprio corpo na puberdade (seja a menstruarão ou presença de pelos e odores), até necessidades de higiene que se estabelecem ou os riscos sexuais (como de IST’s, gravidez e abuso).

Outro ponto é pensar como o não dizer sobre esses temas abre espaço para um “pacto de silêncio” sobre as violências que as crianças e adolescentes podem estar passando. Desde de serem descriminados por questões relacionadas ao seu gênero ou sexualidade, ou questões de violência sexual.

Neste sentido, como o assunto é sempre não dito, sempre tratado com panos quentes ou ignorado, quem é vitimizado por agressores sente que não tem uma rede de apoio a qual recorrer. E, mesmo que recorra, pode ser que os adultos tenham uma visão desinformada, não acreditem na vítima ou não saibam como acolher essa.

Assim sendo, as crianças e adolescentes podem desenvolver sintomas e transtornos para lidar com essas várias mudanças que se apresentam, como: IST’s, práticas de risco, depressão, questões relacionadas à higiene, práticas de bullying, problemas de autoestima e de identidade, transtornos ansiosos e depressivos e ideações suicidas.

Pensando em tudo isso, as abordagens precisam ser sempre lúdicas, pensadas para cada idade e, portanto, adaptadas. Mas se fazem indispensáveis. E, neste sentido, é importante que sejam feitas junto ao estímulo de conversas familiares e por profissionais capacitados para tal, como pedagogos ou psicólogos.

Caso uma criança tenha questões mais específicas, como dúvidas ou temas que queira tratar de forma privada, é indicado a psicoterapia. Nesse caso, o psicólogo pode ter uma abordagem acolhedora e ética, junto ao acompanhamento parental, para lidar com esse momento importante e muitas vezes delicado de formação.

 

Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)

Psicanalista especializado em gênero e sexualidade

Redes: @psicologo_matheuswada

WhatsApp: (16) 99629 – 6663

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