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Depressão e suicídio: entendendo um pouco esses tabus

Psiquicamente falando, estamos falando de um sofrimento esmagador, do qual a pessoa não vê saída e nem possibilidade de melhora

17/09/2023 06h01 - Atualizado há 1 ano Publicado por: Redação
Depressão e suicídio: entendendo um pouco esses tabus

No segundo artigo do Setembro Amarelo falaremos um pouco sobre a relação entre os transtornos depressivos e o suicídio. Para isso, é importante entendermos que o suicídio é um fenômeno multifatorial. Porém, a depressão é um fator que pode influenciar intensamente para que o indivíduo chegue às vias de fato.

Primeiro vamos falar sobre a depressão, que tem como o aspecto geral os sentimentos de tristeza, culpa ou vazio. Além da perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades e a redução do interesse pela vida.

Assim, uma pessoa depressiva pode apresentar perda de energia, apatia, perturbações do sono, alterações de apetite e peso, isolamento e dificuldade de concentração. Tudo isso resulta em prejuízos escolares ou no trabalho, queixas físicas, uso de álcool e drogas. Esses fatores podem levar uma pessoa a considerar o ato de tirar a própria vida.

Quando falamos sobre o suicídio não estamos falando sobre uma pessoa que “buscava atenção”, “de mente fraca”, ou que “não tinha Deus na vida”, mas sim de uma pessoa que estava em um momento de imensa dor e sofrimento e acabou encontrando na incerteza da morte uma saída mais tolerável do que na dor em vida.

Psiquicamente falando, estamos falando de um sofrimento esmagador, do qual a pessoa não vê saída e nem possibilidade de melhora. Por isso, quando se está em humor depressivo, em que seu vínculo com a vida com situações boas e prazerosas é mais frágil, o risco de suicídio aumenta.

Uma famosa analogia é com as vítimas das torres gêmeas. Essas preferiram pular do prédio e ter um alívio rápido a sofrer com as chamas e esperar sua morte. Essa é a lógica da pessoa suicida e que não vê possibilidade de melhora.

Como vimos, a ideação suicida vem como uma resposta para evitar um grande sofrimento, que pode se estender por muito tempo. Há, portanto, outros fatores que podem levar uma pessoa a considerar tirar a própria vida, como: situações de bullying, vício em álcool em drogas, diagnósticos de doenças, diagnósticos esquizofrênicos, perda de empregos e perda de familiares ou de relacionamentos.

E você pode ajudar pessoas que estão passando por isso. Identificando mudanças bruscas de rotina, acompanhadas de frases como “eu não aguento mais”, “preferia estar morto” e “não aguento mais aqui”. Encorajando-as a buscar a ajuda de profissionais da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. E fortalecendo a rede apoio que são os amigos, familiares e equipe primária de cuidado em saúde da pessoa.

 

Psicólogo formado pela PUC-Campinas.

Psicanalista pós-graduado pela Mackenzie-SP.

Especializado em Psicanálise, Gênero e Sexualidade pelo Instituto Sedes Sapientiae.

Matheus Wada Santos

CRP 06/168009

@psi_matheuswada

(16)99629-6663

[email protected]

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