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Mayra Aguiar entra para a história do judô brasileiro

29/08/2014 21h01 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Mayra Aguiar entra para a história do judô brasileiro

Mayra Aguiar é a mais nova campeã mundial brasileira. Com um wazari com um minuto e quarenta segundos de luta contra Audrey Tcheumeo, a gaúcha conquistou o ouro no Mundial Chelyabinsk 2014. Mas Mayrão, como é conhecido pelo tamanho e força, já tinha feito história antes de disputar a decisão. Com a vitória sobre a atual campeã olímpica, a americana Kayla Harrison, na semifinal, ela garantiu a sua quarta medalha em Mundiais e se tornou a brasileira com mais medalhas neste tipo de competição. Além do ouro em Chelyabinsk, ela foi prata no Mundial de Tóquio 2010 e bronzes nos Mundiais Paris 2011 e Rio 2013.

Como foi a tônica durante toda a campanha de Mayra no Mundial 2014, ela dominou a luta contra a francesa Audrey Tcheumeo, campeã mundial em 2011 e bronze nos Jogos de Londres. Com um minuto e quarenta segundos de luta, ela conseguiu um tai-otoshi que valeu wazari. Depois disso foi só controlar a luta – apesar de ser punida duas vezes – até o cronômetro zerar.

“Uma conquista assim demora um pouquinho para entender o que aconteceu mas a emoção de subir no pódio e escutar o Hino Nacional sempre me emociona. Dessa vez foi difícil segurar o choro, realmente, porque foi dura a caminhada até chegar aqui. Passei por uma cirurgia no joelho mas nunca duvidei que ia ganhar essa medalha”, disse Mayra

Mas a luta mais dura foi mesmo contra a campeã olímpica Kayla Harrison (USA), algoz de Mayra na final do Mundial em 2010 e nas semifinais dos Jogos Olímpicos de Londres, na semifinal.  O retrospecto era desfavorável para a brasileira que havia perdido mais do que ganhado da americana. Mas, como fez em todas as lutas neste Mundial, Mayra se impôs e começou em um ritmo muito alto desde o começo e conseguiu jogar a americana duas vezes antes da metade da luta, uma por wazari e outra por yuko. Mas a brasileira passou um sufoco no final quando a americana conseguiu um golpe.

“Eu tinha certeza que seria uma luta dura. Ela tinha me tirado um ouro em um Mundial e uma oportunidade de tentar o ouro em uma Olimpíada. Aquilo estava remoendo dentro de mim e, por isso, joguei tudo de mim no tatame. Comecei muito agressiva e acho que a surpreendi. pouquinho. No final o corpo já estava cansado, mas eu não ia desistir. Poderia morrer ali no tatame”, disse Mayra.

E a agressividade de Mayra se traduziu em pontos. Na primeira luta, contra a italiana Assunta Galeone, foram dois wazaris, que correspondem a um ippon, golpe perfeito e que finaliza a luta. Na segunda rodada, contra a espanhola Laia Talarn, uma vitória por um wazari e um yuko. E nas quartas-de-final, contra a russa Alena Kachorovskaya, um ippon usando um kosoto-gare. Pro futuro, ela quer mais.

“Quero ganhar minha medalha de ouro nas Olimpíadas. A caminhada vai ser dura, mas tem tudo para dar certo. Sonho quando a gente sonha fica muito distante. Isso para mim é um objetivo, quero conquistar essa medalha. E vou fazer de tudo para deixá-la no Brasil”, disse Mayra.

Nesta sexta-feira, 29, entraram no tatame Tiago Camilo e Bárbara Timo pela categoria médio. Bárbara, que fazia sua estreia em Mundiais, venceu a primeira luta contra a sul-coreana Hye Jin Jeong de seoi-nague por ippon. Mas na segunda rodada, enfrentou Yuri Alvear (COL), que acabaria por se sagrar tricampeã mundial, e acabou sendo derrotada. Mas não foi fácil para a colombiana. Bárbara conseguiu um yuko no começo da luta e só foi projetada faltando 20 segundos para o final. Alvear reconheceu que o confronto foi duro.

“Foi uma das minhas lutas mais difíceis na competição porque eu estava perdendo e faltava pouco tempo. Mas pensei no que meu treinador sempre me diz: nunca se renda. E foi o que eu fiz”, disse Yuri em entrevista na zona mista.

Tiago Camilo não conseguiu encaixar sua pegada contra o sérvio Dmitri Gerasimenko em sua primeira luta em Chelyabinsk. 

“Ele conseguiu pontuar no primeiro minuto de luta e depois bloqueou minha pegada. Não tive como reverter a situação. Fico muito triste por ter perdido na primeira luta e mais ainda por não ter feito o que tinha traçado: buscar uma medalha”, disse o duas vezes medalhista olímpico.

Neste sábado, último dia da competição individual do Mundial Chelyabinsk 2014, o Brasil tem mais cinco chances de medalhas com Luciano Correa (100kg), Rafael Silva (+100kg), David Moura (+100kg), Maria Suelen Altheman (+78kg) e Rochele Nunes (+78kg). No domingo, 31 de agosto, será a vez da competição por equipes. (www.cbj.com.br)

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