No Cinema: Mesmo se nada der certo
O filme tem um frescor, mesmo se passando numa ensolarada Nova York. Tem uma abordagem criativa do gênero musical (calma, não é um musical – também acho muito chato esse gênero de filme), pela autenticidade com que as músicas do casal invadem a narrativa. Mesmo se Nada Der Certo (Begin Again, 2014) traz Mark Ruffalo e Keira Knightley em uma gostosa comédia romântica, com uma trilha sonora que por si só já valeria o ingresso do cinema e a pipoca.
A atriz principal, que canta muito bem e tem charme londrino, tinha o relacionamento perfeito até seu namorado (Adam Levine, da banda Maroon 5) trocá-la pelos louros da fama. Desiludida, ela canta por acaso em um bar e… lá está um executivo desiludido da indústria para descobri-la e transformá-la numa estrela. A aproximação dos dois faz Mesmo se Nada Der Certo parecer uma simples comédia romântica, e é aí que o filme cresce:
Johh Carney, o diretor, tem sensibilidade para mostrar o quanto uma sintonia como a que ambos desenvolvem, ao mesmo tempo pessoal e profissional, se equilibra sobre uma linha tênue de afetividade, entre a amizade e o romance. O ótimo desfecho, um tanto surpreendente, dá coerência a esse discurso sobre a ambiguidade de sentimentos que, a bem da verdade, nem sempre são precisos como indicam tantos filmes semelhantes produzidos por aí.
Melhor ainda talvez sejam as gravações do disco da protagonista, em plena rua: Mesmo se Nada Der Certo pode não o mais autêntico dos filmes, mas tem um charme inquestionável. Eu amei!