O que fazer com a boa notícia
A empresa Thomson Reuters, que detém a maior base de dados do mundo sobre trabalhos científicos, deu aos brasileiros uma boa notícia na sexta-feira: em 20 anos, o país foi de 24º para 13º em ranking de pesquisa
Colleen Shay, da divisão de Propriedade Intelectual e Ciência da Thomson para as Américas, traça um panorama bem otimista da ciência e da tecnologia nacionais. “O Brasil está numa posição excelente para realmente buscar o crescimento e a comercialização da tecnologia, assim como [buscar] a qualidade em pesquisa e desenvolvimento”, disse à Folha de S. Paulo.
Segundo ela, sua interpretação se baseia tanto em aspectos quantitativos quanto qualitativos da pesquisa brasileira. A publicação de artigos científicos, por aqui, cresce em ritmo muito superior à média mundial e de países como México, Argentina, Japão, Alemanha, Reino Unido e EUA.
Agricultura, energias alternativas e medicina clínica são áreas em que, segundo o levantamento, o Brasil se destaca.
A notícia é muito boa e, por conta das nossas universidades, São Carlos se destaca e se coloca como um microcosmo da produção científica e tecnológica do país.
Mas a pergunta que devemos colocar é: o que fazemos com as boas notícias? Sim, pois não é raro, conversando com pesquisadores das universidades sobre problemas atuais, ouvirmos coisas como: “Mas já temos solução para isso há 15, 20 anos”. Ou então: “Já dizíamos isso há 10, 15 anos”.
Em outras palavras: o que o Brasil está fazendo com o conhecimento que produz? Daí, vemos que não basta termos boas notícias se simplesmente não sabemos o que fazer com elas.