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Menores são ‘recrutados’ para o tráfico

24/03/2014 23h25 - Atualizado há 10 anos Publicado por: Redação
Menores são ‘recrutados’ para o tráfico

O delegado da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), Edmundo Ferreira Gomes, afirma que as ocorrências de tráfico de entorpecentes apresentaram um crescimento significativo nos últimos meses. Gomes não está autorizado a divulgar as estatísticas, mas uma rápida pesquisa no noticiário policial comprova a teoria do delegado. Nos primeiros 24 dias de março, pelo menos 10 ocorrências foram registradas com adolescentes. Em uma delas, o jovem, de 15 anos, foi pego com drogas por duas vezes, em menos de uma semana.

 

Dos 10 registros, a idade dos apreendidos era 15 anos em seis casos. “Os ‘patrões’ do tráfico de drogas recrutam menores de idade que não têm passagens pela polícia. Se essa pessoa é retirada de cena por conta de uma apreensão, outra é colocada no lugar”, diz o delegado da Dise.

Segundo Edmundo Ferreira Gomes, existe um outro perfil dos novos vendedores de droga. Pessoas com prisão domiciliar, em regime semiaberto, encontram no tráfico de drogas, uma espécie de profissão.

“O traficante usa o pessoal do meio deles, da comunidade, como funcionários do tráfico, inclusive recebem assistência e acompanhamento daquele que o emprega”, afirma Edmundo. O acompanhamento, segundo o delegado, é para verificar se, após a prisão, o vendedor de droga necessita de auxílio familiar e jurídico.

 

NÃO SE MEXE

Recrutar adolescentes e pessoas da comunidade para vender drogas no varejo, para o delegado da Dise, é uma atividade que tem dado sucesso para o traficante. “Embora tenha a repressão das polícias”, pondera o responsável pela Dise.

De acordo com Gomes, só da semana passada, sete casos de tráfico de entorpecentes serão remetidos à Justiça para providências.

“Como o tráfico de drogas e as apreensões estão difundidas, nota-se uma sensação de impunidade, o que não é real porque as polícias fazem suas ações de combate à venda e consumo de entorpecentes”, assegura.

Na escala de apreensões, segundo Gomes, o crack lidera. A sondagem da reportagem do Primeira Página junto às operações da polícia divulgadas pela imprensa,mostra que, somente em março, foram apreendidas mais de 170 pedras de crack, quase quarenta porções de maconha e mais de 20 cápsulas de cocaína.

Na opinião de Gomes, o consumo e a venda de drogas não são questões em que devem ser promovidas apenas a repressão. “Precisamos de um comprometimento de todos os setores sociais. Há a necessidade de combater a raiz do problema junto à família, aos professores, para que todos abram os olhos a respeito do que acontece na sociedade, e que o tráfico de drogas é um problema, que não escolhe classe ou condição social”, afirma.

 

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