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Caso de violação de sepultura é reincidente em São Carlos

13/04/2013 12h37 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
Caso de violação de sepultura é reincidente em São Carlos

O caso de violação de sepultura no cemitério Nossa Senhora do Carmo, registrado esta semana na Polícia Civil pela vendedora Solange Maria Dias, de 47 anos tem alguns desdobramentos. “Hoje ouvimos mais uma pessoa, outro pedreiro que fez a edificação de túmulos. Ele diz ter realizado o trabalho a mando do administrador do cemitério, em 2007”, afirma o delegado Maurício Antônio Dotta, responsável pelas investigações do caso exposto por Solange.

Questionado sobre quais os próximos passos da investigação, ele diz: “É saber quem mandou fazer a transferência de sepultura, quem comprou, quem vendeu e quem recebeu. Estou também tentando investigar coveiros que fizeram esse tipo de serviço e já não estão mais lá”. O inquérito atual já chega a cerca de 100 páginas.

O caso desta semana trouxe a tona novamente uma irregularidade grave que foi denunciada pelo Jornal Primeira Página no ano de 2005 e que envolveu o então chefe de divisão dos cemitérios municipais na época. “Temos um inquérito aqui que trata de fatos semelhantes: pessoas que foram visitar túmulos e viram que o túmulo de outra pessoa estava no lugar. O inquérito tem sei volumes, e todos datam do mesmo período”, diz Dotta, que completa: “Não acho difícil outros casos surgirem daqui algum tempo”.

 

O esquema – À época, o Primeira Página descreveu como funcionava o esquema. No caso de a família não possuir o terreno para o sepultamento, ela pagava R$ 265,00. Isto lhe dava o direito a um terreno com duas carneiras (lugares). Estavam inclusos as taxas de sepultamento (R$ 40,00) e do uso do velório (R$ 20,00). Caso a família possuísse o terreno, o preço caia para R$ 115,00 (soma da exumação R$ 55,00, sepultamento e uso do velório).

À época, ocorriam por mês cerca de 120 óbitos. Segundo a denúncia, as irregularidades eram praticadas e nem todo o dinheiro dos funerais estaria sendo repassado para a Prefeitura. Em uma série de reportagens, o jornal entrevistou um pedreiro que chegou a citar a ala onde eram enterradas as crianças, mesmo lugar onde ocorreu o caso desta semana. Ele declarou que sabia onde tinha jazigos prontos para serem comercializados ilegalmente.  

O acusado, então chefe de administração do cemitério, foi exonerado e chegou a ser condenado pela Justiça Cível em 2011 por improbidade administrativa representada pelo desvio de recursos públicos e ao ressarcimento integral do dano, assim como a perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos pelo prazo de oito anos.    

   

Pedreiro que apontou a ossada citou nome do ex chefe

O pedreiro que apontou para a vendedora Solange o local exato onde os restos mortais das suas três crianças estavam enterrados, citou em entrevista dada na quarta-feira, várias vezes o nome do ex-chefe dos cemitérios P.R.D. “Isso aconteceu na época do P.D, eu era empregado e fiz muitos túmulos”, disse o pedreiro que alegou ainda que essa era uma prática comum dentro do cemitério. Esse pedreiro foi interrogado na quarta-feira pelo delegado Maurício Antônio Dotta e Silva que é o responsável pelas investigações desse caso.

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