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Comerciante autor de triplo homicídio no Centro fugiu para a Represa do BROA após o bárbaro crime

Entenda todo o cronograma sobre a atuação de Raimundo Nonato Martins, 55 anos, que teve sua prisão temporária decreta pela Justiça

30/08/2022 11h51 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação
Comerciante autor de triplo homicídio no Centro fugiu para a Represa do BROA após o bárbaro crime Fotos: Jornal Primeira Página / Reprodução – Redes Sociais / Divulgação - Polícia Civil de São Carlos
Reportagem: Jean Guilherme

 

Após se entregar no início da noite da última segunda-feira (29), na sede da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), na companhia de seu advogado de defesa, Roquelaine Batista dos Santos, o comerciante, Raimundo Nonato Martins, 55 anos, indiciado pela autoria de três crimes de homicídios, sendo duplamente qualificado contra o idoso, João Batista de Oliveira, 77 anos, Zelma Maria Raymundo de Oliveira, 73 anos, e o motorista, Reginaldo Aparecido Pereira Lima, 44 anos, teve a sua prisão temporária – 30 dias – representada pelo delegado de polícia, João Fernando Baptista, junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, e depois decretada, pelo Juiz de Direito, André Luiz de Macedo, da 3ª Vara Criminal da Comarca de São Carlos (SP).

Segundo o delegado de polícia, João Fernando Baptista, depois da comunicação dos crimes para o setor de investigação da DIG de São Carlos (SP), ele e sua equipe de policiais civis compareceram aos locais dos fatos, e iniciaram então a coleta de provas, vestígios e informações que auxiliassem na apuração do caso, tendo acesso a bilhetes que foram encontrados, imagens de câmeras de circuitos de monitoramentos nas proximidades dos imóveis, além de demais informações que foram coletadas junto de testemunhas, onde então toda a materialidade encontrada foi juntada, sendo possível chegar até a pessoa do comerciante, que por diversos anos foi inquilino de Zelma, enquanto possuía um restaurante em um imóvel da idosa, situado ao lado da moradia da mulher, também na Rua Episcopal, entre as ruas Treze de Maio e Jesuíno de Arruda.

“Pela dinâmica do crime, o autor já conhecia todas as pessoas, isso estava bastante evidente, porque ele soube entrar tanto na residência da senhora Zelma, como na casa do senhor João, também pelo fato de não haver arrombamento e nem sinais de lutas corporais, e também as vítimas terem sido alvejadas por apenas um disparo de arma de fogo cada uma, chegamos a essa dedução, e por esse lance ele pode chegar bem perto delas”, relatou o delegado.

“Através de imagens de câmeras de monitoramento, e principalmente através do depoimento de uma testemunha, pudemos constatar que o primeiro a ser morto foi o senhor João, isso por volta das 12h e 12h30, onde posterior ao ato, o comerciante adentrou uma ou duas vezes em uma pequena área que existe na residência da senhora Zelma, e certamente ele notou que o veículo não estaria na garagem, e então ele ficou dando voltas no quarteirão, olhando a todo o momento para baixo, quando às 14h35, ele avista a mulher chegando à moradia junto com o motorista, após ter ido almoçar em Cachoeira de Emas, no município de Pirassununga (SP), e então passa a aguardar pelo momento que Reginaldo (motorista) deixaria a casa para ir embora, quando ao presenciar a abertura do portão da garagem, o acusado então rende o homem, entra com o mesmo para dentro da cozinha da casa e lá executa os dois, com um tiro na cabeça de cada um”, destacou a autoridade policial.

De acordo com os levantamentos realizados pela especializada do policiamento judiciário, Raimundo Nonato Martins, havia se escondido em uma propriedade particular nas dependências da Represa do BROA, em Itirapina (SP), onde passou a ser monitorado por uma equipe de investigação, até ser feito o contato do advogado de defesa, afirmando que o acusado iria se entregar à polícia.

No local do crime, no dia em que ocorreram os fatos, a equipe de investigação tomou conhecimento de que Zelma Maria Raymundo de Oliveira era proprietária de diversos imóveis para locação, sendo grande maioria, imóveis comerciais, e que durante a pandemia da Covid-19, diante da crise econômica enfrentada pelos locatários com o fechamento do comércio e demais restrições que resultaram no enfraquecimento dos lucros, a idosa havia entrado na Justiça, afim dos seus direitos como locatária, e diversos inquilinos acabaram sendo executados e despejados, sendo durante os trabalhos de apuração, verificado que o acusado se tratava de uma dessas pessoas prejudicadas.

Ao se entregar para a Polícia Civil, o comerciante juntamente com o seu advogado de defesa também apresentou a arma utilizada para as práticas dos crimes, sendo um revólver Taurus, calibre 38, com cinco munições, estando três já deflagradas, armamento este registrado em nome do acusado, que foi apreendido e encaminhado ao IC (Instituto de Criminalística), para os devidos trabalhos perícias e análises de balística, a fim de comprovar se realmente foi esta a arma utilizada contra as vítimas. Além do revólver, todo o traje que era utilizado pelo comerciante no momento dos atos foi apreendido.

“O acusado confessou o crime, apresentou a arma de fogo, no entanto, os motivos e os detalhes do caso, seguindo orientações do advogado, ele manifestou o silêncio, que é um direito constitucional dele”, afirmou João Fernando Baptista.

Segundo o advogado de defesa, Roquelaine Batista dos Santos, ele foi procurado pela família de Raimundo Nonato Martins, que afirmou na ocasião que o acusado estaria arrependido pelo ocorrido, e que também já teria resolvido que iria se entregar para a polícia, apresentar a arma de fogo, as munições deflagradas utilizadas nos atos, bem como as roupas que eram vestidas por ele, com o intuito de esclarecer o caso.

“Ele até falou alguma coisa, mais no momento, com muito respeito que eu tenho pela imprensa, por questões técnicas, eu irei aguardar a conclusão do inquérito, para ai então poder me manifestar no processo em si”, afirmou o advogado.

“O cliente, ele não tem passagem alguma pela polícia, é uma pessoa de bons antecedentes, homem idôneo, comerciante dedicado, e infelizmente ocorreu essa fatalidade na vida dele” ressaltou a defesa.

Ao término de todos os procedimentos necessários junto ao policiamento judiciário, Raimundo Nonato Martins, foi recolhido à carceragem do Centro de Triagem de São Carlos (SP), onde diante da prisão temporária decretada pela Justiça Criminal, permanecerá preso no período de 30 dias, a fim de também colaborar com as investigações, podendo posterior ter a sua prisão preventiva representada.

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