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Número de casos de porte ilegal de arma cai 45% em 10 anos

08/07/2017 17h02 - Atualizado há 7 anos Publicado por: Redação
Número de casos de porte ilegal de arma cai 45% em 10 anos

Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que o número de casos de porte ilegal de arma caiu 44,73%, se comparados aos anos de 2006 e 2016, embora a variação não seja uma queda constante ano a ano, havendo oscilações. “Entre 2003 e 2007, 2008, houve um reflexo da campanha do desarmamento. Então a partir de 2010 vemos que houve um decréscimo de casos. Mas de 2010 até agora os números são semelhantes, um ano um pouco mais, outro um pouco menos, mas sempre com uma relação próxima”, explica o delegado seccional de São Carlos Rogério FakhanyVitta. 

Em 2006, foram 76 casos; em 2016, 42. No ano de 2010 foi quando houve o menor número de casos: 23. Em 2004, foi o recorde: 116. Os dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança começam no ano de 2002.

O delegado explica que, a partir da Lei do Desarmamento, as normas ficaram mais rigorosas, e foi estabelecido um período de seis meses para a pessoa fazer a legalização de uma arma que tivesse em casa: “Como as exigências ficaram maiores, era muito difícil regularizar. O Estado então fez o sistema indenizatório, em que cada tipo de arma tinha um valor. Com a campanha publicitária muito grande, as pessoas começaram a entregar muitas armas, o que se reflete nos índices estatísticos”. 

Esse processo, no entanto, não diminuiu os índices de violência: “Não houve relação, pois na verdade muitas das armas que foram entregues nessa campanha eram armas que a pessoa de bem tinha dentro de casa, às vezes sem legalizar por algum motivo. As armas não necessariamente foram tiradas de bandidos. A maioria delas foi entregue por pessoas de bem, por isso não reflete no índice de crimes”, disse o delegado. 

Ele salienta que é preciso observar e analisar com cuidado as estatísticas: “Embora reais, os números têm muita diversidade. Por exemplo, uma grande apreensão de armas de um armeiro. Essas armas, no entanto, não são necessariamente armas de crimes, e geralmente não são. Então aprendemos, por exemplo, 40 armas, mas essa prisão não incide no aspecto criminal. Às vezes a prisão de cinco armas, tirada da mão de um traficante, de um homicida, tem muito mais valor, às vezes”. 

Outro exemplo citado pelo delegado é o dos roubos: “Às vezes é divulgado que houve um aumento no número de roubos, como em São Carlos. Mas que tipo de roubo está tendo? É o roubo sem armas, sem violência. Às vezes acontece um número menor de roubos, mas roubos muito mais violentos, como o de residência, que é um dos piores tipos; o roubo com agressão. Então os índices estatísticos nos dão uma visão geral, mas temos que estudar mais detalhadamente”.

Quando o número é lançado friamente, diz o delegado, às vezes temos uma visão distorcida do que está acontecendo. 

 

O homicídio e a tentativa de homicídio desta semana estão relacionados, diz delegado

 

O delegado seccional de São Carlos, Rogério Fakhany Vitta, afirma que o homicídio e a tentativa de homicídio que aconteceram na região da CDHU na última semana estão relacionados entre si: “Foram cometidos com menos de 24 horas de diferença, em um local próximo, e as investigações preliminares mostraram que há uma relação entre esses dois fatos”. 

O delegado afirma que os fatos estão possivelmente ligados ao crime organizado: “A DIG [Delegacia de Investigações Gerais] já tem conhecimento disso e está fazendo as investigações para chegar à autoria desses delitos”. 

Vitta afirma que a polícia está se esforçando para fazer o melhor para a população e garantir a sua segurança: “Vivemos tempos difíceis, tempos sociais muito complexos, e quando vivemos problemas sociais no País como um todo, isso reflete muito em alguns tipos de crime, como contra o patrimônio e contra a vida”. 

O delegado afirma que existe uma deterioração social e que isso se reflete na conduta do cidadão: “Percebemos isso: a segurança pública está muito ligada à parte social, às políticas públicas, a toda essa estrutura – não é só isso, mas está muito ligado. Há uma perda de valores, o ser humano se desvaloriza, e se mata por uma pedra de crack, por uma bicicleta”. 

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