Schoedl será o primeiro promotor julgado em júri popular
Julgamento começa no dia 3 de junho no Fórum Criminal de Bertioga e deve durar entre dois e três dias
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Foto: Divulgação
Marco Rogerio
O ex-promotor público Thales Ferri Schoedl, que matou a tiros, no dia 30 de dezembro de 2004, o jogador de basquete Diego Modanez, será o primeiro representante do Ministério Público a ser julgado por júri popular na história do direito brasileiro. Diego era filho de Fábio Pira, ex-jogador de basquete do Vasco da Gama e da Seleção Brasileira.
Outros promotores cometeram crimes, mas até hoje todos foram julgados de forma interna pelo Conselho Nacional do MP. Até agora nenhum promotor foi levado à análise da população. Schoedl será julgado a partir do dia 3 de junho, no Fórum Criminal do município de Bertioga, no Litoral Paulista, onde o crime ocorreu às vésperas do Réveillon de 2005, há quase 20 anos. O júri deve durar de dois a três dias.
O assistente de acusação, o advogado criminalista Pedro Lazarini Neto, afirma que para o afastamento de Schoedl do Ministério Público foram realizadas cerca de 30 audiências. “Quando cometeu o assassinato de Diego, o promotor Schoedl tinha apenas um ano e dois meses como promotor. Estava em período. Quanto ao seu afastamento da instituição, ela nem se deu pelo homicídio que ele cometeu, mas sim pelo baixo rendimento, pois ele faltava muito do trabalho. Ele foi afastado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília”, explica Lazarini.
A demora de quase dois anos para a definição da data do julgamento após a chegada dos autos do processo ao Fórum de Bertioga, segundo o advogado, ocorreu devido aos vários recursos impetrados pela defesa do ex-promotor. “Ele (Schoedl) conseguiu uma liminar alegando legítima defesa. Porém, esta liminar foi cassada no Supremo tribunal Federal e o processo foi enviado para Bertioga”, destaca o advogado.
Segundo o advogado, a missão foi complicada, pois para afastar o réu do Ministério Público foi necessário lutar contra o forte corporativismo que existe no Ministério Público.
Lazarini destaca que tem esperanças na condenação de Schoedl. “Esperamos convencer os jurados de que não há qualquer nexo alguém ir armado com uma pistola ponto quarenta numa festa de final de ano num local como a Riviera de São Lourenço, local que abrigava mais de 1.000 pessoas, com segurança feita pela Guarda Civil Municipal, pela Polícia Militar e pela Polícia Civil. Ele acertou quatro tiros no Felipe e dois no Diego. Não há como alegar legítima defesa”.