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“A Reforma, tal como é proposta, é absolutamente inócua”, diz pesquisador

26/08/2013 22h22 - Atualizado há 11 anos Publicado por: Redação
“A Reforma, tal como é proposta, é absolutamente inócua”, diz pesquisador

Pesquisa realizada pelo Ibope/Estado aponta que cidadãos acham a reforma política importante, mas sabem muito pouco sobre ela. O Brasil acha a reforma política importante, mas sabe muito pouco sobre ela. Dados mostram, por exemplo, que dois entre três brasileiros ouviram falar pela primeira vez do assunto ao participarem da pesquisa, e menos de 1 dentre 10 entrevistados sabe bem do que se trata.

 

Mais da metade dos entrevistados (52%) disseram estar “nada informados” sobre o tema, enquanto 34% afirmaram estar “pouco informados”, e somente 7% disseram estar “bem informados” sobre a Reforma Política.  

Para o historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos, Marco Antonio Villa, existe um sentimento de “desilusão” da população em relação à política tal como é feita no país. E ele alerta:

“Isso é muito perigoso em um país como o Brasil, que tem tradição autoritária. A desilusão permanente em relação à política abre caminho para ‘salvadores da pátria’, e nada pior para democracia do que ‘salvadores da pátria’”.

Segundo o professor, autor do livro Mensalão: o julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira , as pessoas querem uma reforma da política e não necessariamente uma reforma política:

“Mas ninguém sabe como operacionalizar uma reforma da política. Aí esta o cerne da questão. E por que não sabem? Não porque não haja interesse. As pessoas conseguiram detectar que o sistema, como está, não funciona em defesa do cidadão; favorece grupos, corporações, partidos”.

“Mas se não funciona, vamos colocar o que no lugar?”, questiona o professor: “Não há uma discussão no país propondo um debate amplo, geral e irrestrito sobre as propostas de reforma política”.

Afirma ainda que a Reforma Política tal como é proposta é absolutamente inócua, pois não reponde a desilusão que a maior parte da população tem em relação a política.

Segundo ele essas discussões deveriam ser feitas por associações, entidades civis, sindicatos, grupos que tomassem a frente do debate e do esclarecimento à população.

Questionado se, em sua percepção, existe alguma entidade que se esforça por realizar esse esclarecimento, ele diz: “Pode ser ignorância minha, mas em termos nacionais eu desconheço. Vemos um pouco de movimentação, mas os problemas são tão complicados, os fatores de preservação são tão fortes que muda-los não é tarefa simples.Temos um Estado petrificado em uma visão de mundo que exclui a participação popular”.

 

A Reforma Política

As propostas de emenda à Constituição e de alteração na legislação eleitoral, que compõem a chamada Reforma Política, abrangem temas como o sistema eleitoral, a extinção de suplentes de senador, a fidelidade partidária, a obrigatoriedade do voto, o tipo de voto (proporcional, distrital, distrital misto), e financiamento público de campanha.

Deputados que fazem parte do grupo de trabalho da reforma política começam a partir da próxima quinta-feira a discutir ideias apresentadas para mudanças no sistema eleitoral.

Alfredo Sirkis (PV-RJ), relator do colegiado fez as seguintes sugestões, que serão debatidas: sistema eleitoral misto, com eleição parte proporcional parte majoritária, para deputados; limites para doações de pessoas físicas e jurídicas para campanhas; além de redução dos gastos na propaganda de rádio e TV.

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