Altomani confirma Di Salvo como secretário de Governo
O prefeito Paulo Altomani (PSDB) não se rendeu aos apelos de 12 vereadores que, reunidos na última quinta-feira, 4, solicitaram o retorno de Júlio Soldado à Secretaria de Governo. Em entrevista à Rádio Intersom FM, Altomani confirmou que Cláudio Di Salvo assumirá a pasta e a interlocução com o Poder Legislativo.
Altomani afirmou que a saída de Soldado é uma “questão administrativa” e que foi oferecido um “lugar melhor para ele” no governo.
Conforme revelado pelo Primeira Página na última semana, Altomani ofereceu um cargo ao ex-secretário de Governo na Fesc, o que não foi aceito. “[Soldado] é um grande amigo e companheiro e não está descartada a sua volta”.
Altomani enalteceu que os poderes Executivo e Legislativo são independentes e não aceitará imposições. “A época do coronelismo que imperava em São Carlos nas décadas de 1960 e 1970 acabou. São Carlos é uma cidade cosmopolita e temos que ter a cabeça no futuro e não no passado”.
Indiretamente, o recado foi dado ao presidente da Câmara, Marquinho Amaral. No período citado pelo prefeito, o pai do parlamentar, Francisco Xavier Amaral Filho, tinha grande influência política na cidade. Porém, em outros pontos da entrevista, Altomani atacou diretamente Marquinho dizendo que o mesmo precisaria “estudar melhor para ser presidente da Câmara”.
“Na segunda-feira, no Rotary Clube, o Marco Amaral teceu elogios à minha pessoa. Depois, falou que era uma imoralidade o salário do prefeito. Ele precisa estudar melhor para ser o presidente da Câmara e o seu comportamento não representa a opinião de todos os vereadores”. O prefeito comentava matéria divulgada pelo Primeira Página em que o Tribunal de Contas questiona o reajuste do salário dele.
INVASÃO
Outro assunto comentado por Altomani na entrevista foi a invasão das casas no Jardim Zavaglia. Segundo ele, o residencial tem 173 unidades vazias e ele não se conformava com esse fato. “Verificamos o consumo de água das moradias. É praticamente zero. Então, autorizei a ocupação e depois vamos analisar essa situação na Justiça”.
O prefeito disse que comunicou tal atitude à Caixa e à Polícia Militar. Ele também confirmou que esse foi um dos motivos para a substituição do comando da Guarda Municipal de São Carlos, que teria, inclusive, ameaçado com voz de prisão uma das líderes do movimento de invasão.