AME: Vereadores aprovam doação de área após debate cansativo
A Câmara aprovou, na noite desta terça-feira, 21, o projeto que desafeta e autoriza o Poder Executivo a alienar à Fazenda Pública do Estado uma área de 5 mil m² que será destinada à construção do Ambulatório Médico de Especialidades (AME). Os parlamentares debateram o projeto por mais de duas horas e aproveitaram o tempo de discussão, de 20 minutos, para debater outros temas como construção de UPA, federalização do Hospital Escola e até privatização do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).
O terreno, avaliado em R$ 500 mil, fica na rua Rotary Clube, nas imediações do Hospital Escola. O vereador Antônio Carlos Catharino (PTB) lembrou que não é apenas o AME que vai resolver todos os problemas da saúde de São Carlos.
Ele destacou que é preciso se debruçar sobre o atendimento primário, equipando melhor as Unidades Básicas de Saúde, que na opinião dele, estão deixando a desejar. “Precisamos nos preocupar com o atendimento primário, aquele que atende o cidadão com dignidade”.
Marquinho Amaral (PSDB) resgatou o histórico de luta para a conquista do AME, como os esforços em torno do convencimento da atual administração que a melhor solução era destinar uma área exclusiva ao Ambulatório e não inseri-lo no Hospital Escola, conforme o desejo inicial do prefeito Paulo Altomani. “Esse convencimento envolveu os técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, o deputado estadual Roberto Massafera e outras pessoas ligadas às questões da saúde”.
Na opinião do vereador Lineu Navarro (PT), a cidade apresenta um ganho importante com a vinda do AME.
ÉTICA
A sessão da Câmara foi marcada por uma discussão entre os vereadores Freire (PMDB) e Lineu Navarro (PT). Na tribuna, Freire insinuou que o terreno comprado em frente à Câmara Municipal foi pago com valor acima do mercado. “Aqui na região tinha terreno mais em conta, por isso votei contrariamente a este projeto de lei na época, mas quero dizer que uma investigação pode ser feita a qualquer tempo, podemos abrir uma CPI ou encaminhar ao Ministério Público”.
Lineu solicitou a Marquinho que instaure uma comissão de ética para apurar o caso. À época da compra da área, o presidente da Câmara era o petista. “Não tenho nada a esconder e se estão colocando em dúvida o preço pago pela Fazenda Pública Municipal estão gerando dúvidas sobre o trabalho de funcionários de carreira da Prefeitura Municipal”, afirmou.
SAAE
Outra questão que prolongou os debates no Legislativo foi a privatização do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Os vereadores Lineu Navarro (PT), Roselei Françoso (PT), Ronaldo Lopes (PT) e Walcinyr Bragatto (PV) assinaram um documento comprometendo-se a não aprovar projetos que tratam da concessão ou da privatização do serviço de abastecimento de água.
No entanto, o presidente da Câmara, Marquinho Amaral (PSDB), lançou outra carta dizendo que o artigo 128 da Lei Orgânica do Município não seria alterado.
“Não precisamos assinar documentos, temos o compromisso assumido com o Sindspam de que se chegar algo aqui na Câmara sobre o assunto, convocaríamos a comissão do sindicato para discutir o caso”, salientou.
Durante a sessão, o vereador Dé Alvim (SDD) disse que é favorável à concessão do serviço à iniciativa privada. “Quem sabe, assim, não se acaba com a falta de água em São Carlos”.