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Calendário apertado pode prejudicar transição, afirma especialista

Para cientista político Gabriel Avila Casalecchi, a transição é realmente necessária

15/11/2020 06h17 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Calendário apertado pode prejudicar transição, afirma especialista Foto: Divulgação

A pandemia da Covid-19 não só adiou as eleições para hoje, 15 de novembro, como também encurtou muito o período da chamada transição de governo, ou seja, o período em que, definido o candidato vitorioso, a equipe deste passa a ter conhecimento de todos os contratos, informações, folha de pagamento e outras obrigações de ordem administrativa e financeira que não poder sofrer interrupções com a mudança de comando do município. Em entrevista exclusiva ao PRIMEIRA PÁGINA, O cientista político da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Gabriel Ávila Casalechi tem que o período mais curto possa atrapalhar a transição. O encurtamento do calendário eleitoral pode trazer maior dificuldade nesse processo. No entanto, esse calendário já é sabido há um bom tempo. Ou seja, as prefeituras tiveram tempo para se preparar (ou pelo menos deveriam ter feito isso) ”, resume ele.

PRIMEIRA PÁGINA – Como será a transição nos municípios este ano. Nas eleições anteriores, realizadas no primeiro domingo de outubro, tínhamos quase 90 dias para a transição. Agora são apenas 45. Isso pode prejudicar o início dos próximos governos, principalmente onde a oposição ganhar ou houver troca de comando em geral?

GABRIEL AVILA CASALECCHI – A transição de governo é um momento importante para o bom andamento da cidade. Políticos mudam, mas as instituições não param. Contratos, contas, serviços, tudo continua. Por isso, é muito importante que esse momento seja preparado antecipadamente. O encurtamento do calendário eleitoral pode trazer maior dificuldade nesse processo. No entanto, esse calendário já é sabido há um bom tempo. Ou seja, as prefeituras tiveram tempo para se preparar (ou pelo menos deveriam ter feito isso).

PP – A transição é algo realmente necessário ou jogo de cena?

CASALECCHI – A transição é realmente necessária. Entretanto é preciso entender que existe uma equipe política, mas também uma equipe administrativa, de carreira. Essa equipe administrativa é fundamental nesse momento, pois é ela que melhor entende os processos burocráticos da gestão municipal. São os servidores de carreira que já viram diferentes grupos políticos passarem pela cidade e, portanto, são peças chave nesse momento.

PP – Como deve ser realizado um governo de transição numa cidade do porte de São Carlos?

CASALECCHI – Em uma cidade como São Carlos a transição já deve ter sido pensada antes mesmo das eleições. É importante que gestores e funcionários públicos estejam atentos a prazos, contratos, e outros compromissos burocráticos. Os políticos mudam, mas as instituições continuam. Tudo isso já tem que estar na mesa antes mesmo de sabermos quem será o prefeito e os vereadores.

PP – Quem deve participar da transição?

CASALECCHI – A transição é um ato conjunto de atores políticos e administrativos. Como disse anteriormente, o “dia a dia” da máquina burocrática é gerida, principalmente, por servidores de carreira, que já passaram por outras transições. Eles são peça importante nesse momento. Mas também é importante vontade política, para que informações e processos não sejam obscurecidos.

PP – Qual o papel da Câmara, do mandato atual e dos novos vereadores nesta transição de governo?

CASALECCHI – Todos os atores são importantes, do funcionário de carreira, aos vereadores e prefeito. É preciso que exista vontade política aliada a regras e processos estáveis.

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