Câmara aprova CPI para investigar greve do transporte público
Investigação visa apurar a atuação de filiado ao PT no movimento
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A Câmara de São Carlos aprovou, na sessão desta terça-feira (28), um requerimento do vereador Paraná Filho (Progressistas), para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, para investigar a atuação do Sr. Vanderlei Rossi na greve do transporte público ocorrida na segunda-feira (27).
Vanderlei Rossi, apontado pela Justiça como suposto líder da paralisação do transporte público em São Carlos nesta segunda-feira (27), possui filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde novembro de 2008. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Vanderlei está com a filiação regular ao PT desde 21 de novembro de 2008.
Na noite de segunda-feira (27), a Procuradora Geral do Município, Aretha Cristina Contin dos Santos, informa que a desembargadora relatora Ana Cláudia Torres Vianna do Tribunal Regional do Trabalho da 15a. Região deferiu a liminar pleiteada pela Prefeitura de São Carlos por considerar abusiva a paralisação realizada pelos motoristas da empresa Rigras, determinando o IMEDIATO e INTEGRAL restabelecimento do serviço de transporte público de passageiros no município, sob pena de R$ 30 mil a ser arcada imediatamente pelos responsáveis pela paralisação, conforme se apurar em diligência a ser cumprida de imediato por oficial de justiça de plantão no Fórum Trabalhista local. Foi na mesma decisão que a juíza trata Vanderlei como suposto líder do movimento grevista.
“A Prefeitura entende inaceitável que o conjunto dos trabalhadores, e da população que mais precisa do transporte público, seja prejudicado, sem negociação e sem aviso prévio, atendendo interesses eleitorais de parte de organizadores do movimento”, disse nota emitida pela gestão municipal.
Na manhã desta segunda-feira (26), sem aviso prévio à empresa Rigras, ao sindicato e muito menos à Prefeitura, um grupo de motoristas impediu a saída dos ônibus da garagem da empresa e, assim, prejudicou trabalhadores de diversos setores a se deslocarem aos seus respectivos locais de trabalho, bem como outros munícipes que utilizam o transporte coletivo. O motivo seria o aumento no ticket alimentação e a correção salarial da categoria.
O advogado do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes, Amador Bandeira, salienta que a iniciativa de interrupção de atividades não era de conhecimento do Sindicato. “Não estávamos sabendo desta paralisação. A greve precisa ser notificada com 72h de antecipação depois de esgotadas as negociações e de uma assembleia com a categoria em que a maioria apoia a greve, e não uma minoria. O sindicato jamais iria apoiar uma greve repentina e a população não pode pagar o preço. Quanto ao aumento que eles reivindicam as negociações já estão sendo realizadas com a empresa”, explica Amador.
OUTRO LADO- O Partido dos Trabalhadores, através do seu presidente Erick Silva, divulgou a seguinte nota pública sobre a situação do transporte público em São Carlos:
“O Partido dos Trabalhadores de São Carlos tem acompanhado as manifestações de profunda insatisfação com a qualidade do transporte publico na cidade e entende que é obrigação inescapável da Prefeitura zelar pela qualidade do serviço oferecido à população e pela garantia dos direitos trabalhistas dos funcionários que prestam esse serviço.
Mas repudia com veemência qualquer tentativa de insinuar a participação do PT na organização ou direção da greve que, embora direito constitucional dos trabalhadores, prejudicou a população de São Carlos, ao não ter mantido o funcionamento do percentual obrigatório a um serviço essencial.
Cabe exclusivamente à Prefeitura Municipal e à empresa prestadora do serviço a obrigação de informar de maneira objetiva e transparente quais as razões que levaram a essa situação”.